A cobra naja que ganhou fama em todo o Brasil após picar o estudante Pedro Henrique Krambeck, no Guará 2, está ambientada, se alimentando e pronta para ser exibida ao público no Museu Biológico do Instituto Butantan. Desde julho de 2020, ela protagonizou memes, possibilitou uma investigação de tráfico internacional de animais, foi estrela de ensaio fotográfico e acabou sendo levada para São Paulo, para cuidados específicos de um animal tão raro no país.
A espécie kaouthia é encontrada principalmente no continente africano e no sul da Ásia. Porém, após cuidados do Instituto Butantan, a naja está apta para morar no Brasil. “Não foi fácil no início, ela deu muito trabalho para a gente, mas fomos aprendendo a lidar com ela”, explicou Giuseppe Puorto, diretor do Museu Biológico do Instituto. Uma bateria de exames foi realizada desde que a naja chegou ao estado paulista, e os resultados deram tranquilidade aos pesquisadores.
“Ela está comendo, o que é uma coisa boa, os exames de fezes deram negativos. Está tudo bem do ponto de vista de saúde”, disse o diretor. O museu está fechado por conta das medidas de contenção da pandemia de covid-19, mas a naja poderá ser vista pelo público assim que ele for reaberto. “Essa vai ser a casa dela por um bom tempo”, comemorou Giuseppe. O animal também chegou a ser hospedado na Fundação Zoológico de Brasília, mas especialistas dos locais e do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) definiram o Butantan como o lar mais adequado.
Investigação
O caso de polícia que começou em julho de 2020 resultou na descoberta de outras seis cobras ligadas a Pedro e 16 serpentes encontradas em Planaltina. A Polícia Civil concluiu que Pedro traficava cobras por, pelo menos, cinco anos, e 11 pessoas foram indiciadas no caso do estudante. Pedro responde a 23 processos envolvendo tráfico de animais, associação criminosa e exercício ilegal da medicina.
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