Na véspera de Natal, os brasilienses não deixaram de ir às compras, mesmo em momento de pandemia. Cerca de 90 mil pessoas visitaram lojas do Distrito Federal em busca de presentes, segundo estimativas do Sindicato do Comércio Varejista (Sindivarejista). O feriado é a principal época de vendas para o setor e, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio (CNC), tinha previsão de movimentar R$ 38,1 bilhões no país em 2020.
As lojas físicas do DF sofreram dificuldades impostas pela crise sanitária e pelas novas práticas como o trabalho remoto. Por isso, houve aumento nas compras pela internet, segundo o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio-DF), Francisco Maia. “As vendas on-line estão crescendo muito por atender as pessoas que não querem sair de casa. Os preços também estão baixos e há mais diversidade”, avalia.
A previsão é de que a tendência de preferência pelo on-line se mantenha devido à circulação de consumidores abaixo do normal. “Normalmente, janeiro não é um mês ruim para o comércio, mas, em 2021, será diferente, porque as pessoas que receberam o 13º salário pagaram dívidas ou pretendem economizar, por precaução”, observa o presidente da Fecomércio-DF.
Entre 20 e 24 de dezembro, houve redução de, aproximadamente, 33,3% do total de consumidores que foram às compras. No ano passado, cerca de 600 mil pessoas visitaram o comércio de última hora. Em 2020, foram cerca de 400 mil. “O comércio foi muito impactado pela pandemia. O home office, por exemplo, atrapalhou muito o varejo”, avalia o presidente do Sindicato do Comércio Varejista do Distrito Federal (Sindivarejista-DF), Edson de Castro.
Além disso, segundo ele, com a desvalorização cambial nos 12 meses anteriores a novembro, houve alta nos preços dos produtos mais demandados nesta época do ano, especialmente alimentos. “Há 800 mil famílias com algum tipo de dívida. Isso acaba tirando dinheiro do mercado. Há pessoas que gastaram por não saber o que acontecerá em 2021. Mas não poder reunir as pessoas para o tradicional amigo-oculto atrapalhou as vendas do setor”, comenta Edson.
Foto virtual
Nos shoppings do DF, a movimentação não ocorreu de maneira tímida. A cirurgiã dentista Milena Perez Ponte, 28 anos, não quis abrir mão da tradicional foto com o Papai Noel no primeiro Natal da filha Clara, de 1 ano. “É importante manter essa magia para as crianças. Mesmo de um jeito diferente, com distanciamento e de máscara, registramos esse momento”, relata Milena. Moradora da Asa Sul, ela guarda com carinho as fotos que tirou com o personagem na infância. “Tenho todas. Espero que, no próximo ano, possamos viver esse momento com calor humano.”
Leandro Souza Martins, 37, também tirou foto com o velhinho a distância, em um shopping de Brasília. “O Papai Noel não está (fiscamente), mas o importante é a família reunida, com saúde. Espero que venham dias melhores pela frente”, afirma o empresário, que visitou o centro comercial com a mulher, Renata, a filha, Letícia, e uma parte da família que veio da Bahia.
* Estagiária sob supervisão de Jéssica Eufrásio