Pela primeira vez, o setor de turismo do Distrito Federal vai contar com acesso a uma linha de crédito federal no valor de R$ 521 milhões. O investimento vai auxiliar empresas do ramo a se recuperarem economicamente após a pandemia do novo coronavírus. Ontem, em entrevista ao CB.Poder — parceria do Correio com a TV Brasília —, a secretária de Turismo, Vanessa Mendonça, explicou que o recurso poderá alcançar negócios de 52 atividades econômicas. A chefe da pasta destacou que o acesso beneficiará desde pequenos empresários até donos de grandes redes de hotéis, por exemplo.
A secretária também falou sobre os desafios enfrentados pelo setor durante a crise sanitária e aproveitou para anunciar novidades para 2021. Entre elas estão os novos voos regionais que sairão do Aeroporto de Brasília a partir do próximo ano, além do fortalecimento de programas desenvolvidos pela pasta neste ano. Um deles é o Brasília Tour Capital, criado para pessoas do mundo todo visitarem a cidade sem sair de casa. Outro se trata do clube de vantagens, pensado como forma de oferecer descontos para turistas em estabelecimentos e eventos brasilienses.
O turismo foi um dos setores mais afetados pela pandemia. Qual balanço a secretaria faz deste ano?
Este ano foi avassalador em todas as nossas experiências de vida, em todos os setores. Passamos a atuar com desafios muito maiores. Nosso trabalho foi muito efetivo na construção e na continuidade das ações que começaram em 2019 e que precisavam ser fortalecidas neste ano. Nosso maior desafio foi continuar a fazer o que estávamos fazendo, mas de forma diferente.
Qual a resposta da Secretaria de Turismo para os impactos causados pela covid-19?
Anunciamos, há duas semanas, um recurso importante para o setor. Essa é uma conquista histórica de nosso governo, que é o Fungetur — o Fundo Geral de Turismo —, um recurso extremamente robusto para Brasília. São R$ 521 milhões (para o) que, pela primeira vez, o Banco de Brasília (BRB) consegue se inscrever. O recurso é exclusivo para nosso setor e pode ser usado pelo pequeno empresário até (pelo dono de) uma rede hoteleira que queira ampliar os investimentos. Ele (o fundo) chega em um momento muito importante e abre uma janela fantástica de investimento. Para nosso setor, que representa 52 atividades econômicas, é de extrema importância.
Quais foram as alternativas buscadas para minimizar a crise?
O setor hoteleiro sofreu e tem sentido a retomada gradual, mas ela é efetiva. Basta dizer que a Inframerica anunciou (previsão de) 70% de movimento no Aeroporto Internacional de Brasília. De entrada e saída, de pessoas visitando e partindo da cidade. Nos primeiros meses, a ocupação do setor hoteleiro caiu para zero, depois (subiu) para 20%, 30% e, agora, sente essa recuperação.
O lançamento do projeto Rotas Brasília serve para conhecermos mais o turismo do DF?
Exatamente. Essas rotas vêm para mostrar que temos, pelo turismo, condição de oferecer aos nossos visitantes e à população experiências únicas. No site da Secretaria de Turismo, podemos fazer uma viagem — pelo Google Maps e pelo Google Earth — por todas as localidades (do DF). Mostramos para quem está lá fora uma programação pela qual ele (o turista) vai se interessar e ampliar a visita (para) além do Eixo Monumental. Temos a Rota Arquitetônica, com todos os monumentos; a Rota da Paz com nossas igrejas, templos; a Rota do Cerrado, com cachoeiras, parques. A intenção é sair da rotina sem sair de Brasília.
Outra ação deste ano foi a criação de um clube de vantagens. Como foi essa idealização?
Historicamente, promovemos em Brasília muitos eventos corporativos, congressos. Nossa visão é de que, se tenho um evento com 3 mil médicos, como aconteceu em 2019, ou com 10 mil prefeitos, como foi na Confederação Nacional dos Municípios, precisamos promover ações para que eles saiam e conheçam nossa cidade. Começamos a trabalhar no sentido da ativação dos eventos, buscando a grade deles. Criamos um clube de vantagens em que restaurantes, shows e toda a cadeia produtiva tenha condição de se cadastrar. A pessoa (visitante) que participa daquele evento tem desconto em restaurantes, shows. E conseguimos fazer com que isso (o benefício) chegue até ela antes. (Se) uma pessoa vem (a Brasília) para passar três dias, pode se programar e trazer a família. Queremos mostrar a cidade viva, bela, a opção pela gastronomia, pelo passeio no Lago (Paranoá), no parque.
Para 2021, temos alguma novidade?
Sim. Até novos voos regionais. Estamos crescendo muito no número de voos regionais: de Brasília para o interior de Minas Gerais, para interior do Paraná. Com as companhias nacionais e regionais fazendo esse stopover (escala) regional, (o passageiro) sai de lá (do avião), fica um ou dois dias e segue viagem. E, sob o olhar de nossas regiões administrativas, estamos com os administradores inaugurando o Centro de Atendimento ao Turista (CAT) ao artesão.