Violência contra a mulher

Acusado de agredir e matar a mulher em Sobradinho é indiciado por feminicídio

Luciane Simão Silva, 42 anos, passou por momentos de terror na noite de quarta-feira (16/12). Ela foi golpeada com diversos socos no rosto pelo marido, Rondinele Ferreira, chegou a ficar internada, mas não resistiu aos ferimentos e morreu

Após diligências, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) indiciou por feminicídio o homem acusado de agredir e matar a mulher, na Fercal, na região de Sobradinho. Rondinele Ferreira, de 34 anos, desferiu diversos socos contra Luciane Simão Silva, 42, com quem era casado havia oito anos. A dona de casa ficou internada no Hospital Regional de Sobradinho (HRS) e recebeu alta, mas retornou ao Hospital de Base, onde não resistiu aos ferimentos e morreu. Ela deixa dois filhos.

A princípio, policiais da 13ª Delegacia de Polícia (Sobradinho) colhiam elementos para apurar se o crime seria tratado como lesão corporal seguida de morte ou feminicídio. A primeira hipótese, no entanto, foi descartada, visto que Luciane foi morta pelo simples fato de ser mulher, o que caracteriza o feminicídio.

O Correio apurou que, durante o depoimento, o mecânico usou do direito constitucional de permanecer em silêncio. O crime aconteceu na noite de quarta-feira, na Praça da Fercal. Segundo as investigações, o autor estaria sob o efeito de drogas e a vítima o teria questionado. Irritado, o homem desferiu diversos golpes no rosto da companheira, que desmaiou e bateu a cabeça no banco. “Não concluímos o inquérito porque estão pendentes os laudos, mas o que colhemos até agora não deixa dúvidas de que o fato em si tratou-se de um feminicídio”, frisou a delegada-adjunta da 13ª DP, Ágatha Braga. Na tarde deste domingo (20/12), policiais civis localizaram o autor e o prenderam.

Homenagens

Nas redes sociais, amigos lamentaram a morte da mulher: “Não estou acreditando que você nos deixou, minha amiga linda. Como tá doendo, a saudade é muito grande. Descanse em paz”, disse uma colega da vítima.

Em outra publicação, outra pessoa comentou: “Nossa, nem acredito nisso. Que o Senhor Jesus conforte toda a família. Fiquei sabendo agora disso, que triste notícia, uma pessoa maravilhosa. Que Deus receba de coração, vá em paz.”

Agressões constantes

O casal mantinha união estável havia oito anos e tinha um filho de 7 anos. Luciane também deixa outra filha, de idade não revelada, fruto de outro relacionamento. Na delegacia, o irmão de Luciane chegou a relatar que a irmã era agredida constantemente pelo companheiro.

O Correio apurou que a mulher registrou boletim de ocorrência de violência doméstica contra o agressor, em 2017, e teve medida protetiva decretada. Mas o casal reatou o relacionamento e a determinação não estava em vigor. Em uma publicação no Facebook, em agosto de 2018, Luciane chegou a postar uma foto pedindo o fim da violência contra as mulheres.