Uma mulher de 42 anos morreu após ser agredida pelo companheiro, de 34, na região da Fercal, em Sobradinho 2. Luciane Simão Silva era casada havia oito anos com Rondinele Ferreira. O Correio apurou que as agressões ocorreram na quarta-feira (16/12). Internada no Hospital de Base, a dona de casa faleceu na madrugada desta segunda-feira (21/12).
Quem procurou a delegacia para denunciar o caso foi o irmão dela. "A mulher chegou a ser socorrida e encaminhada ao Hospital Regional de Sobradinho (HRS) e retornou para a casa. Mas, segundo os parentes, apresentou complicações na recuperação e precisou voltar ao hospital no final de semana", detalhou, ao Correio, a delegada-adjunta da 13° Delegacia de Polícia (Sobradinho), Ágatha Braga.
Segundo as investigações, o crime aconteceu na noite de quarta-feira, em um local público, na Praça da Fercal. "O que sabemos, até o momento, é que ele estaria sob o efeito de drogas e a vítima o teria questionado. Irritado, o autor teria desferido um golpe no rosto dela. Que caiu e bateu a cabeça no banco", contou a delegada.
Mesmo internada, o agressor continuou a perturbar a vítima, enviando mensagens de ameaça e desestabilizando o quadro de saúde de Luciane. Na madrugada desta segunda-feira, a mulher faleceu em decorrência dos ferimentos.
Na tarde deste domingo (20/12), policiais civis localizaram o autor e o prenderam. "Estamos colhendo mais elementos e iremos ouvir mais testemunhas presenciais para sabermos se ele responderá por lesão corporal seguida de morte ou feminicídio", frisou a investigadora.
Agressões constantes
O casal mantinha união estável havia oito anos e tinha um filho de 7 anos. Luciane também deixa outra filha, de idade não revelada, fruto de outro relacionamento. Na delegacia, o irmão de Luciane chegou a relatar que a irmã era agredida constantemente pelo companheiro.
O Correio apurou que a mulher registrou boletim de ocorrência de violência doméstica contra o agressor, em 2017, e teve medida protetiva decretada. Mas o casal reatou o relacionamento e a determinação não estava em vigor na Justiça. Em uma publicação no Facebook, em agosto de 2018, Luciane chegou a postar uma foto pedindo o fim da violência contra as mulheres.
Órfãos
Em reportagem publicada em agosto desde ano, o Correio revelou que, desde a criação da Lei do Feminicídio, 107 mulheres morreram por preconceito de gênero no Distrito Federal e que 137 crianças e adolescentes perderam a mãe por conta desse tipo de crime.