ECONOMIA

PIB per capita do DF é quase três vezes maior do que o do Brasil

Dados apresentados ontem pelo IBGE e pela Codeplan revelaram que o indicador de Brasília ficou quase três vezes acima do resultado médio do país, em 2018. Além disso, o DF teve o terceiro maior Produto Interno Bruto do Brasil

O Produto Interno Bruto (PIB) per capita do Distrito Federal ficou quase três vezes acima do verificado na média brasileira. O indicador é resultado da divisão do valor de todos os bens e serviços produzidos em uma região pelo total de habitantes dessa área. Enquanto, na capital do país, o índice ficou em R$ 85,66 mil no ano, o valor médio nacional foi de R$ 32,75 mil. Os dados, apresentados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), referem-se a 2018, comparado com 2017.

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O levantamento revelou que Brasília ocupa o 99º lugar entre os municípios com os 100 maiores PIBs per capita do país. Em primeiro lugar, aparece Presidente Kennedy (ES), com resultado de R$ 583 mil. Os dados mostraram, ainda, que Brasília está como terceira colocada no ranking das maiores economias municipais do Brasil. No período considerado, a capital federal teve PIB estimado em R$ 254,8 bilhões — equivalente a 3,6% do nacional — atrás apenas de São Paulo (R$ 714,7 bilhões) e do Rio de Janeiro (R$ 364 bilhões).

Professor do Departamento de Economia da Universidade de Brasília (UnB), Carlos Alberto Ramos explica que o DF se destaca na economia nacional principalmente por causa do setor público federal, levando em consideração os vencimentos dos servidores. “São salários altos, logo, a renda por pessoa é uma das mais altas do país. Por isso, o DF vai sempre se destacar. Mas é preciso ter um ajuste, porque, hoje, a pandemia afetou diversos setores. Sendo assim, Brasília precisa encontrar outro misto de dinamismo econômico para se manter”, avalia o especialista.

Na região Centro-Oeste, a participação do PIB de Brasília foi de 36,67%, sendo a maior desse território. Em seguida, aparecem Goiânia (GO), com 7,10% de peso nessa área, e Campo Grande (MS), com 4,2%. Para a diretora de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas da Codeplan, Clarissa Jahns Schlabitz, o levantamento revela que Brasília ganha destaque econômico como município. “Competimos com São Paulo, que tem 18 milhões de habitantes. Somos 3 milhões e ainda temos a capacidade de gerar um PIB alto por habitante”, destaca.

Ride

Nos dados referentes à Região Integrada do Distrito Federal (Ride-DF) — grupo composto pelo DF, além de 33 municípios de Goiás e Minas Gerais —, Brasília teve a maior participação no PIB de 2018, com R$ 254,82 bilhões. O montante equivale a 89,9% alcançado por toda a área. Luziânia (GO) ficou em segundo lugar, com R$ 3,58 bilhões e participação de 1,3%, seguida por Unaí (MG), com PIB de R$ 3,26 bilhões (1,1% do total).

“O PIB da Ride cresceu 4,4% entre 2017 e 2018, e quase 90% desse valor corresponde às riquezas geradas por Brasília”, destaca a gerente da Diretoria de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas da Codeplan, Jessica Milker. “A estrutura produtiva local é focada nas atividades do setor de serviços e da administração pública, sendo as atividades agropecuárias e industriais mais preponderantes nas áreas mais distantes da capital federal”, completa.

No quadro geral, os números mostraram que quase metade do PIB brasileiro, em 2018, ficou sob responsabilidade de 71 cidades — apenas 1,3% de um total de 5.570. No entanto, para o analista de Contas Nacionais do IBGE, Luiz Antônio de Sá, a concentração da economia em poucas localidades tem caído. Ele acrescenta que, em 2020, 48 delas concentravam quase metade do PIB do país (49,9%). “A ampliação do número de municípios entre 2002 — ano de início da série histórica — e 2018 permite identificar a tendência à desconcentração, com municípios de menor PIB ganhando na participação em relação aos de maior”, compara.

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