DEZEMBRO LARANJA

Câncer de pele: crianças de 6 meses já devem usar protetor solar

Convidada do programa CB.Saúde, a dermatologista Natália Medeiros explica como se proteger e identificar o câncer de pele, que, no ano passado, afetou 2,4 mil brasilienses

No dia a dia, pouco se lembra do câncer de pele. O que é um erro. De cada três diagnósticos de câncer no país, um é de pele, o que representa 180 mil casos da doença por ano, sendo 8 mil do tipo mais grave, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). No ano passado, 2.470 moradores do Distrito Federal receberam o preocupante diagnóstico.

"A maioria das pessoas não criou o hábito de passar o protetor solar. É muito importante que toda população se conscientize e comece a se proteger, desde criança”, alertou Natália Souza Medeiros, dermatologista do Hospital Santa Lúcia, entrevistada nesta quinta-feira (10/12) no programa CB.Saúde, parceria entre o Correio e a TV Brasília. Há alguns anos, a campanha Dezembro Laranja busca, justamente, estimular a população a se proteger.

A especialista explica que, por ser um câncer causado pela exposição contínua ao sol, é necessário que as pessoas tornem o uso do protetor solar um hábito, mesmo que elas passem a maior parte do tempo em lugares fechados. "Todo mundo tem um pouco de exposição solar todos os dias. Esse pouquinho, com o passar dos anos, vai levar ao câncer de pele", diz Natália.

Para a dermatologista, a proteção contra o sol deve começar desde cedo. Com seis meses, a criança já pode começar a utilizar protetor solar específico para a idade. “Como as crianças se espelham muito nos pais, é importante que eles já tenham esse hábito. Nós temos protetores que são mais adequados para cada fase da infância, e os pais devem se atentar para isso, porque, dependendo do produto, pode causar irritação na pele da criança”, ressaltou a especialista.

Protetor a cada duas horas

De acordo com Natália, os trabalhadores que ficam mais expostos aos raios solares ao exercerem suas funções devem redobrar os cuidados e passar o protetor solar a cada duas horas, além de priorizar os produtos com fatores de proteção a partir de 60. Para as outras pessoas, a recomendação é utilizar a proteção antes de sair de casa e antes do almoço. Nesse caso, o FPS 30 já é suficiente.

Além do protetor solar, barreiras físicas, como roupas de algodão e chapéus, podem ser utilizadas. A dermatologista ainda alertou sobre o maior cuidado que as pessoas brancas devem ter com a exposição solar. “Pessoas com o tom de pele mais claro estão mais propensas a ter câncer de pele por terem menor quantidade de melanina. No entanto, isso não significa que pessoas negras não devem se proteger”, ressaltou.

Consequências

O câncer de pele é uma doença que, apesar da baixa taxa de mortalidade, costuma trazer consequências danosas aos pacientes, como deformações na pele, principalmente se não for tratado de forma adequada. Segundo a dermatologista, o mal costuma aparecer mais a partir dos 35 a 40 anos de idade.

A doença é dividida entre os tipos melanoma e não melanoma. O primeiro é considerado mais grave e pode ter também como característica o fator genético. Esse tipo da doença geralmente surge como uma pinta ou mancha, em formato assimétrico e com mais de uma cor em sua composição.

“É uma lesão, de bordas irregulares, que tem um crescimento rápido. Normalmente, o paciente não sente dor, mas pode ocorrer sangramento e formar uma ferida que não cicatriza”, explicou a dermatologista.

“É importante que as pessoas procurem um dermatologista uma vez ao ano para um checape. No caso de pacientes que possuem histórico familiar de câncer de pele, o recomendado é que as consultas ocorram mais cedo”, instruiu Natália.

Assista à integra da entrevista com a dermatologista Natália Medeiros:

*Estagiária sob a supervisão de Humberto Rezende