A defesa da família de Marcelo Marinho de Noronha, 54 anos, delegado da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) preso por suspeita de produzir e traficar maconha, entrou com um pedido de habeas corpus na manhã desta segunda-feira (7/12). Os dois filhos dele — Marcos Rubenich Marinho de Noronha, 20, e Ana Flávia Rubenich Marinho de Noronha, 25 — e a esposa, Teresa Cristina Cavalcante Lopes, 39, também estão presos preventivamente, pelos mesmos crimes.
O advogado de defesa, Cleber Lopes de Oliveira, afirmou ao Correio que a prisão do delegado e da família foi precipitada. "Não tem nenhum elemento que prove a participação do Marcelo na prática de tráfico", argumentou. De acordo com ele, a plantação de maconha encontrada na chácara, em São Sebastião, era para uso terapêutico próprio.
O pedido para que os acusados respondessem o processo em liberdade foi protocolado no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT). Marcelo Noronha e o filho, Marcos Noronha, estão presos preventivamente no Centro de Detenção Provisória II. A filha, Ana Flávia, e a esposa, Teresa Cristina, foram encaminhadas para a Penitenciária Feminina do Distrito Federal.
Na última sexta-feira (4/12), Marcelo Noronha foi preso em flagrante, com os filhos e a esposa, após uma denúncia indicar que eles estariam produzindo e traficando maconha. Tendo em vista a gravidade das acusações, iniciou-se uma investigação e a família do delegado começou a ser monitorada. Os policiais chegaram a uma chácara que está em nome de Teresa Cristina.
No local, foram encontradas 24 plantas grandes de cannabis sativa e 105 mudas pequenas da mesma planta. De acordo com os autos da audiência de custódia, que ocorreu no último sábado (5/12), a grande quantidade de plantas encontradas no local configura delito de tráfico e não apenas a de produção para uso próprio da substância. Os autos revelam ainda que, um jardineiro recebia R$ 700 por semana para cuidar do cultivo.
Em decorrência da gravidade dos fatos e do envolvimento dos acusados, o juiz substituto do Núcleo de Audiência de Custódia, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), Evandro Moreira da Silva, converteu a prisão em flagrante dos quatro suspeitos em preventiva no último sábado (5/12).
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) se manifestou favorável pelas prisões em flagrante e pela conversão em preventiva. A investigação do caso corre em sigilo pela Corregedoria Geral da corporação.
Após a prisão, o diretor-geral da Polícia Civil do DF, Robson Cândido, pediu a exoneração de Marcelo Marinho de Noronha. A saída do delegado deve ser oficializada em publicação no Diário Oficial do DF, ainda sem data definida. Noronha integra, desde maio, a Comissão Permanente de Disciplina, da Direção-Geral da Polícia Civil do Distrito Federal. Ele atuou também como diretor da Penitenciária do Distrito Federal II, da Subsecretaria do Sistema Penitenciário do DF, e esteve à frente da 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá) e da 16ª DP (Planaltina).