Após o leilão da Companhia Energética de Brasília (CEB), o governador Ibaneis Rocha (MDB) afirmou que a distribuição de energia “estará melhor a cargo da iniciativa privada”. Segundo o emedebista, a privatização vai permitir que o governo amplie o investimento em áreas como saúde e educação.
“O projeto de privatização da CEB distribuição nasceu exatamente da impossibilidade e da visão que se tinha de que não era mais alcançável recuperá-la se não fosse com muito investimento. O Estado não deve participar de determinadas atividades. O Estado tem que focar naquilo que é a necessidade da população: educação, saúde, transporte público de qualidade, cuidar da infraestrutura. Essa atividade de distribuição de energia certamente vai estar muito melhor a cargo de iniciativa privada”, afirmou.
O leilão ocorreu na manhã desta sexta-feira (4/12), na Bolsa de Valores de São Paulo. A disputa foi acirrada. Venceu a Bahia Geração de Energia, do grupo Neoenergia, por R$ 2,515 bilhões, um ágio de 76,63% em relação ao valor inicial de R$ 1,4 bilhão. Houve uma concorrência com a CPFL Comercialização de Energia Cone Sul, que chegou a oferecer R$ 2,508 bilhões.
A Equatorial Participações e Investimentos apresentou apenas o lance inicial de R$ 1,4 bilhão.
Durante o discurso, o chefe do Executivo local voltou a afirmar que outros projetos de privatização e concessão serão prioridades do governo a partir de 2021.
“Teremos ainda outros processo de desestatização, como é o caso do nosso metrô do Distrito Federal. Teremos a abertura de capital da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal. Temos todo um conjunto de obras de parcerias público-privadas que nós implementamos no âmbito da nossa administração e chegarão ao fim agora no ano de 2021”, garantiu.
Oposição
Parlamentares da oposição classificaram o leilão como ilegal. Na noite dessa quinta-feira (3), o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) determinou que a venda da empresa deve ser aprovada pela Câmara Legislativa.
“É lamentável que o governo desrespeite uma decisão e conduza um leilão de venda de forma absolutamente ilegal! Não toleraremos esse desrespeito à harmonia dos Poderes e à democracia no âmbito distrital. A CEB é uma empresa da população do DF e a deliberação do poder legislativo local é imprescindível”, afirmaram, em nota.