A maior fuga de prisão da última década no Distrito Federal completa dois meses nesta segunda-feira (14/12). Na madrugada de 14 de outubro, 17 detentos lotados no Centro de Detenção Provisória (CDP) escaparam do Complexo Penitenciário da Papuda. Os internos cavaram, por quatro dias, um buraco no telhado com o auxílio de uma espécie de faca artesanal, produzida pelo próprio grupo. Quatro detentos permanecem foragidos. Passados 62 dias, quatro detentos permanecem foragidos e 13 foram recapturados.
Câmeras do circuito interno de segurança gravaram o momento em que os custodiados da Cela 4 da Ala C do Bloco I saíram por um buraco e desceram do prédio com o auxílio de uma corda formada por panos, conhecida no sistema prisional como “tereza”. Após a fuga, à época, o secretário da Secretaria de Administração Penitenciária (Seape-DF) cogitou desativar todo o CDP I e transferir os presos para o CDP II, unidade recém-inaugurada.
Questionada pelo Correio sobre as ações tomadas, a Vara de Execuções Penais (VEP) informou que determinou os reparos devidos nas alas em questão, em caráter emergencial, e solicitou informações adicionais à Seape para novas providências. A VEP disse, ainda, que aguarda informações por parte da secretaria. Em 15 de outubro, um dia depois da fuga, a Justiça determinou a interdição da Ala C para que a administração penitenciária providenciasse reparos com urgência para evitar novas evasões.
Foi determinada a redistribuição dos presos alocados na Ala para os demais blocos da unidade prisional, de acordo com critérios de segurança e situação processual, bem como a transferência, de todos os detentos do regime fechado que estejam alocados no CDP, com exceção de idosos ou daqueles com prerrogativa de alocação na Ala B do Bloco 5.
Posicionamento
Ao Correio, a Seape-DF informou que, atualmente, as alas C e D do Bloco I do CDP I encontram-se interditadas e que os 107 reeducandos foram remanejados para a Ala B na mesma data, conforme decisão judicial. “A interdição do espaço ocorre para que a administração penitenciária providencie os reparos necessários. O prazo para conclusão das obras é de 24 meses após realização de processo licitatório para a compra de materiais de construção”, esclareceu a pasta, por meio de nota oficial.
A secretaria aguarda a liberação dos seis novos blocos do CDP II e a autorização da VEP para realizar a transferência de todos os reeducandos do Bloco I do CDP I para os novos centros. Somados os seis blocos desocupados, a capacidade é para 1,2 mil vagas. “Com o objetivo de reforçar a segurança no CDP I, as rondas internas e externas foram reforçadas, com apoio da Diretoria Penitenciária de Operações Especiais (DPOE) e da Polícia Militar do DF (PMDF). Pontos fixos com viaturas da PMDF e da DPOE foram criados dentro e fora da unidade prisional. Também foram reforçadas as revistas rotineiras no interior de pátios e celas, sempre com o intuito de avaliar as condições estruturais dos espaços de convivência dos internos.”
Foragidos
Policiais penais, militares e civis conseguiram recapturar 13 dos 17 foragidos. Agora, as forças de segurança trabalham com serviços de inteligência para localizar Wanderson da Silva Santos, Gabriel Nathan da Rocha Bessio, Carlos Cauan da Silva Campos e Lucas Caldeira da Silva (veja fotos). Quem tiver informações sobre o paradeiros dos fugitivos pode acionar a polícia pelos números 197 (Polícia Civil), 190 (Polícia Militar) ou para o WhatsApp 61 994510650 (Polícia Penal).
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.