Familiares e amigos promoveram uma vaquinha para ajudar a custear o sepultamento de Maria Jaqueline de Souza, assassinada pelo namorado, Ricardo Silva Souza, 35, quando o visitava pela primeira vez, no Sol Nascente. O custo total do enterro é de R$ 3,7 mil. O sepultamento será na segunda-feira (14/12), ainda sem local e horário definidos.
Nascida em Mossoró, município no interior do Rio Grande do Norte, Maria Jaqueline da Silva tinha 34 anos e chegou a Brasília ainda criança, aos 10 anos, para estudar e tentar uma vida melhor. Na madrugada desta sexta-feira (11/12), a mulher teve um destino trágico e entrou para as estatísticas das vítimas de feminicídio no Distrito Federal.
Mãe de quatro filhos, de 15, 11, 6 e 4 anos, Maria Jaqueline morava no Setor O, em Ceilândia, não tinha emprego fixo e trabalhava fazendo bicos como atendente. “A Jaque era um amor, tinha um coração sem igual. Passava por necessidade, mas dividia o que tinha com quem tivesse ao lado dela. Era uma mãe amável, que dava a vida pelos filhos. Todos queriam o bem dela, até esse monstro aparecer”, relatou Evelyn Machado, 32, irmã de criação de Maria.
Maria estava separada do ex-marido e conheceu o agressor havia menos de um mês. Testemunhas relataram que o homem trabalhava como garçom em um bar de Ceilândia e era “calado” e “misterioso”. No dia do crime, a mulher saiu de casa a convite do namorado para visitá-lo. Ela chegou à residência dele por volta das 23h de quinta-feira (10/12). Não demorou muito para que os vizinhos começassem a escutar gritos por socorro.
Os quatro filhos de Maria estão na casa de uma parente da mulher. “Os maiores estão mais abalados, os menores estão mais distraídos. Foi um assassinato cruel, terrível. Não conseguimos acreditar”, disse outra familiar sem revelar a identidade.
O caso
Ao ouvir os gritos de socorro de Maria, um vizinho do agressor bateu à porta, mas ninguém abriu. Então, ele decidiu pular a janela, segundo a apuração policial. Depois de entrar no imóvel, o rapaz presenciou o autor esfaqueando a mulher. O vizinho acionou a Polícia Militar.
“Enquanto a atingia, o autor gritava palavras de cunho religioso. A princípio, tinha raiva na conduta e estava em uma situação agressiva”, detalhou a delegada à frente das investigações, Adriana Romana.
Para contê-lo, os militares utilizaram uma pistola elétrica, mas o autor continuou a agredir a vítima. Foi preciso o uso de arma de fogo. “Os policiais tiveram de disparar dois tiros contra ele, atingindo o braço e o ombro esquerdo”, afirmou a delegada.
Os policiais só conseguiram imobilizá-lo e desarmá-lo depois que Ricardo foi golpeado com uma barra de ferro no braço da mão em que estava empunhando a faca. O homem foi preso em flagrante e submetido a uma cirurgia no Hospital Regional de Ceilândia (HRC). Ele está sob a custódia da polícia.
Equipes do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (CBM-DF) prestaram os primeiros socorros à Maria Jaqueline e realizaram procedimentos de reanimação, mas a mulher não resistiu aos ferimentos e morreu.
Como colaborar com a vaquinha
Quem quiser ajudar a família da vítima, pode fazer depósitos para esta conta:
- Agência 2272
- Operação 013
- Conta 00112974-8
- Caixa Econômica
- Pix: 02211749151
Saiba como pedir ajuda
Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência; Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República
Telefone: 180 (disque-denúncia)
Centro de Atendimento à Mulher (Ceam); de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h; locais: 102 Sul (Estação do Metrô), Ceilândia, Planaltina
Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam); Entrequadra 204/205 Sul - Asa Sul
(61) 3207-6172
Disque 100 - Ministério dos Direitos Humanos
Programa de Prevenção à Violência Doméstica (Provid) da Polícia Militar
Telefones: (61) 3910-1349 / (61) 3910-1350
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