O delegado da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) Marcelo Marinho de Noronha, 54 anos, foi exonerado do cargo que ocupava na Comissão Permanente de Disciplina, da Direção-Geral da PCDF, desta sexta-feira (11/12). A exoneração está publicada no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF).
O diretor-geral da Polícia Civil do DF, Robson Cândido pediu a exoneração de Marcelo Marinho de Noronha, na última sexta-feira (04/12), após investigações coordenadas pela Corregedoria Geral da corporação encontrarem uma plantação de maconha em uma chácara, em São Sebastião.
Ele é investigado pelos crimes de tráfico de drogas e associação para a produção e tráfico. Os dois filhos dele — Marcos Rubenich Marinho de Noronha, 20, e Ana Flávia Rubenich Marinho de Noronha, 25 — e a esposa, Teresa Cristina Cavalcante Lopes, 39, também estão presos pelos mesmos crimes. Marcelo atuou como diretor da Penitenciária do Distrito Federal II, da Subsecretaria do Sistema Penitenciário do DF, e esteve à frente da 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá) e da 16ª DP (Planaltina). Noronha trabalha nos órgãos de Segurança Pública do Distrito Federal desde 2012.
Os investigadores começaram a monitorar a família a partir de uma denúncia. O relatório da audiência de custódia revelou que um jardineiro recebia R$ 700 por semana, para cuidar da plantação, na chácara em São Sebastião. Em virtude da gravidade dos fatos, houve conversão da prisão em flagrante dos quatro suspeitos para preventiva. O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) se manifestou favoravelmente pela decisão
O advogado de defesa do delegado, Cleber Lopes de Oliveira, disse que Marcelo Noronha teria plantado as mudas para uso terapêutico próprio. "As plantas são pequenas ainda, são mudas, e muitas nem vingam. Não tem nenhum elemento que prove a participação do Marcelo na prática de tráfico”, afirmou o advogado ao Correio.
"O delegado tinha receita médica emitida nos Estados Unidos indicando que ele poderia usar a cannabis com essa finalidade. Sendo delegado, ele preferiu plantar em casa do que comprá-la de outras pessoas. Quando ele viu que o canabidiol poderia ser liberado no Brasil, enxergou nisso uma oportunidade", destacou Cleber Lopes. De acordo com o advogado, o delegado fez uma minuta de um contrato social de uma empresa com a intenção de regularizar a situação para dar prosseguimento à pesquisa. "Ele errou de fazer os estudos com a cannabis sem a autorização da Anvisa."
Marcelo Noronha, a mulher, Teresa Cristina Cavalcante Lopes, 39, e os dois filhos — Marcos Rubenich Marinho de Noronha, 20, e Ana Flávia Rubenich Marinho de Noronha, 25 — aguardam, detidos, que o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) analise um pedido de habeas corpus apresentado pelo advogado do suspeito.
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