Saúde

Ativo há menos de dois meses, GDF Saúde já possui 10 mil adesões

Presidente do Inas-DF, Ney Ferraz elogia funcionalidade do plano dos servidores, que recebe R$ 20 milhões mensais do GDF e é o mais barato do mercado

Agência Brasília
postado em 11/12/2020 10:29
 (crédito: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília)
(crédito: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília)

Ativo há menos de dois meses – começou a valer em 28 de outubro, Dia do Servidor Público –, o GDF Saúde está em pleno funcionamento e dezenas de vidas já foram atendidas, em casos de urgência e emergência, pelo convênio de assistência médica para servidores públicos da capital. E mais: a expectativa é de que 500 mil vidas sejam beneficiadas pelo plano de saúde até 2022.

Segundo o presidente do Instituto de Assistência do Servidor do Distrito Federal (Inas-DF), Ney Ferraz, em pouco mais de um mês o número de cadastrados no plano já se aproxima dos 10 mil, entre servidores públicos das secretarias de Saúde e de Educação e dependentes. O investimento do Governo do Distrito Federal (GDF) no serviço é de mais de R$ 20 milhões por mês.

300 mil é a estimativa de vidas beneficiadas pelo GDF Saúde em 2021

Vários hospitais também já estão credenciados no GDF Saúde: São Francisco, em Ceilândia; Daher, no Lago Sul; Home, na Asa Sul; e Santa Marta, em Taguatinga Sul. Também constam entre os conveniados as seguintes unidades de saúde: Centro Urológico de Brasília; Centro Brasileiro de Visão (CBV); Pronto Atendimento Infantil; Centro Especializado de Otorrinolaringologia de Taguatinga; Radiolinea Centro de Imagem; Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas do DF; e Laboratório Exame. Ao todo, 344 prestadoras de serviço estão na fila para aderir ao programa.

Em entrevista à Agência Brasília, Ney Ferraz adianta que a expectativa é fechar o ano com 30 mil pessoas cadastradas. “O GDF Saúde não é um plano de mercado, mas sim para o servidor. Quanto mais pessoas aderirem, mais redes vão se credenciar”, explica o presidente do Inas-DF.

“Há uma dupla vertente que é tratar bem e valorizar os funcionários. Se isso acontece, eles vão trabalhar melhor e a população só tem a ganhar. Também é uma forma de aquecer a economia com a contratação de mais pessoas, para suprir as demandas nos hospitais particulares e desafogar o SUS [Sistema Único de Saúde]”, arremata o gestor.

Confira a entrevista:

Quais são as vantagens que o GDF Saúde tem com relação aos planos convencionais?

A principal vantagem é que o GDF Saúde é um plano para servidores, de autogestão, sem fins lucrativos. Com isso, há uma vantagem de não pagar impostos. Não é um convênio de mercado. Foi desenvolvido e criado para o funcionário público. Dessa forma foi mais fácil moldarmos. A autogestão faz com que não seja necessário obedecer a todas as regras da ANS [Agência Nacional de Saúde]. Mas não é por isso que vamos desobedecer. Cumprimos prazos que visam proteger o plano.

Quais são os exemplos práticos desta vantagem em relação aos planos do mercado?

Uma pessoa que não tem convênio médico e quer aderir a um do mercado, geralmente, precisa esperar 90 dias para fazer um exame. Como o GDF Saúde é para o servidor e tem uma contrapartida do governo, achamos desnecessário obedecermos a esse prazo. Vimos que há possibilidade de encurtar a carência sem nenhum prejuízo. Nosso foco não é lucro, mas sim atender o servidor com qualidade. Verificamos quais são as regras que não somos obrigados a cumprir. Olhamos uma a uma pra ver o que pode ser feito e o que não pode, para deixar o plano cada vez mais vantajoso para quem aderir.

Tais vantagens também são financeiras?

Fizemos estudos em todas as regiões administrativas e descobrimos que 70% dos servidores não tinham plano de saúde. Depois, fomos entender o porquê disso. Muitos não tinham condições de pagar por um. Para aqueles que já tinham convênio, queríamos oferecer um plano tão bom quanto o deles, mas com valores menores. Assim, sobra dinheiro do salário para ele cuidar da família. Então, definimos valores acessíveis e diferenciados do mercado. Veja que o piso é de R$ 400 para titular, R$ 200 para dependente e o teto é de R$ 1 mil.

É possível, ao longo do tempo, ter um plano ainda mais barato?

Sim. Nada impede que no futuro lancemos outros produtos, mais baratos, com uma rede hospitalar mais simples. Neste início estamos fazendo um trabalho de fiscalização para checar e garantir a excelência nos atendimentos. O servidor tem que se sentir valorizado e, caso isso não ocorra, o hospital será descredenciado.

As mensalidades dos planos convencionais têm aumento anual. Isso deve acontecer com o plano do servidor?

A ANS permite o aumento, mas só faremos isso conforme a necessidade. Porém, para isso acontecer, é necessário um projeto de lei, com um cálculo específico para justificar [o aumento]. O governo repassa 1,5% da folha total, o que dá mais de R$ 20 milhões por mês. Os planos da iniciativa privada não têm esse repasse. Não há essa necessidade de ficar alterando. Esse aumento pode acontecer por causa de fatores externos – como uma hiperinflação, por exemplo.

Os cadastros e credenciamentos estão dentro do previsto?

Antes, o plano não tinha credibilidade. Se o governador Ibaneis Rocha não tivesse dado o suporte necessário, não teria dado certo. Sem ele seria impossível que esse plano virasse realidade. Estamos mostrando que o projeto saiu do papel e está dando certo. E essa confiança se reflete nas adesões e nos credenciamentos de prestadores de serviços, que só crescem a cada dia. Em menos de dois meses, já temos quase 10 mil vidas inscritas para adesão e mais de 340 prestadores de serviço em processo de cadastro. Estamos falando de vidas que serão salvas. O plano de saúde tem uma dupla vertente, que é tratar bem e valorizar os servidores. Se isso acontece, eles vão trabalhar melhor e a população só tem a ganhar. Também é uma forma de aquecer a economia com a contratação de mais pessoas, para suprir as demandas nos hospitais particulares e desafogar o SUS [Sistema Único de Saúde].

A coparticipação é algo que assusta o servidor. Podemos mostrar, com exemplos práticos, quanto o servidor vai ter que desembolsar?

Não é algo para se preocupar, até porque existem limites para essas contribuições. Vamos usar um exemplo da consulta médica, que segundo nossa tabela custa cerca de R$ 85. O servidor paga 30% desse valor, ou seja, R$ 25,50. Para os casos de internação e procedimentos hospitalares, o percentual é de 5%. Porém, há um limite de R$ 5 mil por procedimento e, ao ano, o limite é de R$ 15 mil. Alguns são contínuos, mas considerados únicos. Tomamos todo o cuidado de não onerar o servidor. Ele já está passando por um momento difícil e chega uma conta muito cara para pagar? Esse valor poderá ser dividido, descontando 20% no contracheque, até que ele quite o total. Mas, é claro que cada caso é um caso e estamos abertos para conversar.

Qual a expectativa para 2021?

No próximo ano, todas as secretarias estarão aptas a se cadastrar. Então, a previsão é de que a gente tenha cerca de 300 mil vidas beneficiadas pelo plano. São milhares de pessoas a menos no SUS [Sistema de Saúde Público]. Isso gera a roda da economia porque o hospital vai ter mais procura e, consequentemente, vai ter que contratar mais funcionários, fazer uma expansão. As notas fiscais devem aumentar e, assim, o governo também arrecada mais. Todos têm a ganhar. Para o final de 2022, a previsão é de 500 mil vidas beneficiadas. Em breve estaremos assinando com as forças de segurança e entrando em acordo com estatais, empresas públicas e sociedades de economia mista.

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