Em menos de 24 horas, investigadores da 13ª Delegacia de Polícia (Sobradinho) conseguiram capturar, na noite desta quarta-feira (2/12), os suspeitos de matar o motorista de transporte por aplicativo Roosevelt Albuquerque da Silva, de 31 anos. O trabalhador foi encontrado morto no Polo de Cinema, em Sobradinho, nesta madrugada.
Investigações revelaram que um homem, de 22 anos, e um adolescente, 17, solicitaram uma corrida por app no Plano Piloto e, pouco tempo depois, anunciaram o assalto. Durante todo o dia, policiais rastrearam o trajeto feito pela vítima e os autores. O maior de idade foi detido em flagrante em casa, em Sobradinho.
Na residência dele, a equipe encontrou a carteira, o celular e a chave do carro da vítima, uma Lifan X60 prata, bem como a arma utilizada para cometer o latrocínio, uma pistola calibre 22mm. "O maior de idade levou a equipe até o local onde estava o veículo e, posteriormente, na casa do menor, que será levado à Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA)", detalhou o delegado-chefe da 13º DP, Hudson Maldonado.
Em entrevista ao Correio, a mulher da vítima contou que, na noite de terça-feira (1°12), Roosevelt saiu para trabalhar na Área Central de Brasília, por volta de 13h. “O combinado era ele chegar às 22h, não passava disso. E ele evitava circular em regiões administrativas como Ceilândia, Samambaia, Taguatinga e Sobradinho. Os lugares mais longes que ia eram Águas Claras e Guará”, disse.
Por volta das 22h40, o motorista enviou uma mensagem de voz à mulher, informando que faria a última corrida do dia e que, depois, retornaria para casa. “Depois disso, ele sumiu e só soubemos da morte dele na manhã de hoje. Está sendo muito difícil para todos nós, para os meus filhos. Queremos Justiça”, afirmou Juliana.
Durante toda a tarde desta quarta-feira, a equipe policial esteve nas ruas em busca de imagens das câmeras de segurança para tentar identificar o trajeto feito pela vítima e autor. O motorista foi morto com um tiro na cabeça. Ele deixa a mulher e dois filhos, de 4 e 7 anos.
Ações
Dados mais recentes da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) mostram que, entre janeiro e julho deste ano, sete motoristas de transporte por aplicativo foram assassinados enquanto realizavam corridas pelo app. No mesmo período do ano passado, houveram três vítimas. Em 2018 e 2019, uma. Questionada pelo Correio sobre ações que visem a diminuir crimes contra esses trabalhadores, a pasta informou que realizou reuniões com representantes das empresas de aplicativos de transporte, com o objetivo de discutir soluções para reduzir a vulnerabilidade dos profissionais e passageiros que utilizam este serviço.
“Entre as medidas tratadas nos encontros, por exemplo, surgiu a opção de restrição aos pagamentos em dinheiro e a possibilidade de pré-visualização do destino por parte do operador. Além disso, a SSP fortaleceu os canais de comunicação junto às empresas para facilitar a troca de informações que possam ser utilizadas na elaboração de políticas de segurança específicas, bem como na elucidação de crimes já cometidos”, esclareceu a pasta, por meio de nota oficial.
A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) também se posicionou e garantiu que, rotineiramente, a corporação faz pontos de bloqueio em lugares estratégicos, em que, todas as pessoas presentes nos veículos identificados como de transporte de passageiros com o uso de aplicativos são revistadas para garantir a segurança da categoria e da população.
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