"Nos ajudem a fazer Justiça", clamou Juliana Simplício Rodrigues, de 35 anos, mulher do motorista de transporte por aplicativo Roosevelt Albuquerque da Silva, 31. O trabalhador foi encontrado morto na madrugada desta quarta-feira (2/12), no Polo de Cinema, em Sobradinho, com marca de ferimento causada por arma de fogo na cabeça. A 13ª Delegacia de Polícia apura o caso.
Em entrevista ao Correio, a professora contou que o marido estava trabalhando pelo aplicativo na noite de terça-feira (1º/12), quando a enviou um áudio pelo WhatsApp. "Ele estava ganhando um dinheirinho para fazer a festa de aniversário de 5 anos do meu filho, que vai ser na próxima terça-feira. Ele foi chamado para atender uma corrida pelo app e a última vez que entrou em contato falou que ia pegar as crianças, mas sumiu", detalhou.
Familiares e amigos chegaram a publicar fotos de Roosevelt nas redes sociais para ajudar na localização. "Galera, esse é meu irmão está desaparecido desde ontem, seu último contato foi com minha mãe por volta 22h40, informando que estava indo pra casa ele trabalha no aplicativo. Alguma informação nos avise por favor! Ele se chama Roosevelt Albuquerque Da Silva", divulgou a irmã da vítima no Facebook.
"Quando foi hoje, cedo, depois de várias buscas, soubemos que o corpo foi encontrado em Sobradinho. Quero Justiça, tenho meus dois filhos para cuidar. Precisamos que algo seja feito", pediu Juliana.
De acordo com as investigações, a vítima saiu de casa, por volta das 22h desta segunda-feira, e atendeu uma chamada de um cliente na Área Central de Brasília. Na madrugada desta quarta-feira, o motorista foi encontrado sem vida em Sobradinho, sem documentos pessoais ou qualquer pertence, o que reforça a hipótese de latrocínio (roubo seguido de morte).
Na noite desta quarta-feira, um homem, de 22 anos, e um adolescente, de 17, foram capturados pelos policiais. Na casa do maior de idade, a equipe encontrou a carteira, o celular e a chave do carro da vítima, bem como a arma utilizada para cometer o latrocínio. O menor foi encaminhado à Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA).
Ações
Dados mais recentes da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) mostram que, entre janeiro e julho deste ano, sete motoristas de transporte por aplicativo foram assassinados enquanto realizavam corridas pelo app. No mesmo período do ano passado, houveram três vítimas. Em 2018 e 2019, uma. Questionada pelo Correio sobre ações que visem a diminuir crimes contra esses trabalhadores, a pasta informou que realizou reuniões com representantes das empresas de aplicativos de transporte, com o objetivo de discutir soluções para reduzir a vulnerabilidade dos profissionais e passageiros que utilizam este serviço.
“Entre as medidas tratadas nos encontros, por exemplo, surgiu a opção de restrição aos pagamentos em dinheiro e a possibilidade de pré-visualização do destino por parte do operador. Além disso, a SSP fortaleceu os canais de comunicação junto às empresas para facilitar a troca de informações que possam ser utilizadas na elaboração de políticas de segurança específicas, bem como na elucidação de crimes já cometidos”, esclareceu a pasta, por meio de nota oficial.
A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) também se posicionou e garantiu que, rotineiramente, a corporação faz pontos de bloqueio em lugares estratégicos, em que, todas as pessoas presentes nos veículos identificados como de transporte de passageiros com o uso de aplicativos são revistadas para garantir a segurança da categoria e da população.
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