SAÚDE

"Só a população pode evitar segunda onda de covid", diz infectologista

O médico infectologista André Bon analisa a pandemia de covid-19 no Distrito Federal e avalia o risco que a capital corre de viver uma segunda onda do novo coronavírus

Samara Schwingel
Washington Luiz
postado em 01/12/2020 06:00
 (crédito: Ana Rayssa/CB/D.A Press)
(crédito: Ana Rayssa/CB/D.A Press)

A taxa de transmissão R(t) do novo coronavírus no Distrito Federal está em 1,3, o que deixou o secretário de Saúde do Distrito Federal, Osnei Okumoto, preocupado. Segundo o médico infectologista André Bon, isso significa que o número de casos de covid-19 cresceu na capital e que apenas a população, ao não relaxar na prevenção, pode evitar uma segunda onda na pandemia. Leia a entrevista a seguir.

O que o índice de transmissão nos mostra?

Indica que o número de casos aumentou, que a curva se tornou ascendente. A taxa a 1,3 mostra que uma pessoa transmite para uma média de 1,3 outros indivíduos. Porém, em um primeiro momento, isso não significa que o número concreto de casos será muito maior, mas gera um alerta para intensificar as medidas de prevenção.

É possível evitar uma segunda onda?

A única forma de evitar uma segunda onda é contar com o apoio da população para que essa siga as medidas de segurança constantemente. A flexibilização das atividades não é um sinal de que a pandemia acabou. Por isso, use máscaras, faça a higienização das mãos com água, sabão e álcool em gel 70%, e, na medida do possível, mantenha o distanciamento social.

Acredita que será preciso retomar medidas mais drásticas como o fechamento do comércio?

O lockdown é a medida mais eficaz para controlar o número de casos. Porém, precisamos levar em conta que não é possível manter as pessoas em casa por um período muito longo de tempo. Sendo assim, é preciso que o governo saiba que a restrição da circulação de pessoas deve ser imposta em um momento mais próximo ao pico da curva. Assim, será mais eficaz.

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