Em coletiva no Palácio do Buriti, na manhã desta segunda-feira (30/11), o secretário da Saúde do Distrito Federal, Osnei Okumoto, descartou, em curto prazo, realizar novo lockdown na cidade. Ele afirmou que vai conversar com representantes do comércio para intensificar a fiscalização e o cumprimento das medidas de combate a covid-19 e, assim, amenizar uma possível segunda onda da pandemia.
"A alta taxa de transmissão nos preocupa muito. Por isso, vamos conversar com a Fecomércio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal) e sindicatos para que possamos fazer uma grande mobilização de ações de prevenção. Assim, poderemos ter um Natal e um ano novo tranquilos no DF", afirmou o secretário. O índice citado por ele chegou a 1,3 e indica um avanço da doença na capital federal, em que 100 infectados passam o vírus para 130 pessoas.
Outros dois fatores observados para avaliar o andamento da pandemia são o número de óbitos e a quantidade de pessoas internadas para tratar a covid-19. Para Okumoto, as taxas avaliadas chamam a atenção, mas não demonstram a necessidade de retomar medidas rígidas como o fechamento do comércio. “Há um aumento de casos, mas, ainda, temos leitos vazios em UTI (unidade de tratamento intensivo) e enfermarias da rede pública. É o que estamos observando para decidir as medidas de enfrentamento necessárias”, disse o chefe do secretário.
A afirmação de Okumoto reforça a declaração do governador Ibaneis Rocha (MDB). Em 18 de novembro, o chefe do Executivo local adiantou que, caso a segunda onda de covid-19 ocorra, medidas como o fechamento do comércio não serão adotadas.
Descuido
Okumoto avaliou que o número de casos aumentou devido a um descuido da população. “Foi um relaxamento por parte da população. Percebemos uma grande quantidade de jovens em bares e estabelecimentos compartilhando itens de uso pessoal, como copos, e sem máscaras. Por isso, solicito que a população tome cuidado e não relaxe”, afirmou.
Inquérito epidemiológico
Para se preparar para a segunda onda, a pasta vai fazer um inquérito epidemiológico da covid-19. A previsão é que se inicie na quarta-feira (2/12), em Ceilândia, e tenha fim em 20 de dezembro. “É necessário, a nível de estudo e pesquisa, para entender como o vírus circulou e circula no DF”, considerou Okumotu.
O inquérito será realizado por meio de amostragem e sorteio, com busca ativa das pessoas para fazer os testes. Serão 230 sorteados em cada uma das 34 regiões administrativas para fazerem exames e verificarem se já tiveram contato com o vírus ou não. “Precisaremos do apoio de todos para realizarmos este estudo”, frisou o secretário.
A pasta recebeu a doação de 10 mil testes para serem usados neste inquérito. Foram solicitados 34 profissionais da atenção primária, 34 bombeiros e viaturas, além de 34 profissionais do Sesc para auxiliarem no processo.