O acusado de matar Noélia Rodrigues de Oliveira, de 38 anos, em outubro do ano passado, negou, em julgamento realizado nesta quinta-feira (26/11) no Fórum de Águas Claras, ter assassinado a vendedora. Almir Evaristo Ribeiro, 44, responde pelos crimes de homicídio qualificado (por feminicídio e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima), além de porte ilegal de arma de fogo.
O julgamento dura mais de sete horas. O crime aconteceu em 17 de outubro de 2019. A vendedora foi morta com um tiro no rosto, após sair da loja onde trabalhava, no Brasília Shopping. Câmeras de segurança da área registraram o momento em que dois carros se aproximam e, ao que ela, aparentemente, esconde-se atrás de uma moita. Almir, o principal suspeito, estaria em um dos veículos, segundo as investigações da época.
Na sessão, o juiz Paulo Siqueira perguntou ao acusado sobre a relação de Almir e Noélia. Em resposta, o operador de máquinas afirmou que os dois eram vizinhos e que não havia intimidade entre eles. “A relação de vizinhança era tranquila. Cada um na sua residência. Eu na minha casa e ela na dela. A gente falava bom dia, quando eu estava saindo”, alegou Almir.
Questionado sobre as ligações telefônicas registradas no celular do acusado entre ele e Noélia, o réu afirmou que a vítima o ligava constantemente para lhe “oferecer produtos”, como joias e perfumes.
Caso
Nesta quinta-feira, sete testemunhas foram ouvidas no tribunal, entre elas, o marido de Noélia, Marcos Paulo Mendes, que relatou, durante o depoimento, que no dia do crime, saiu de moto para buscar a mulher na parada de ônibus, por volta das 22h45 e voltou para casa à 0h.
Marcos Paulo confirmou que Noélia costumava sair às 14h para trabalhar e fechava a loja às 22h, quando pegava o ônibus de volta do Brasília Shopping para o Sol Nascente, onde descia por volta de 23h. Como Noélia não apareceu, a família registrou o boletim de desaparecimento na 5ª Delegacia de Polícia (Área Central) no dia seguinte, em 18 de outubro.
Policiais encontraram o corpo da vítima em uma estrada de terra no Assentamento 26 de Setembro, próximo à via Estrutural. Populares acionaram a polícia na ocasião, e não havia bolsa ou celular perto da vítima. Em 24 de outubro, após diligências, investigadores chegaram até Almir e o prenderam.