Werciley Júnior, infectologista-chefe do Hospital Santa Lúcia
Como identificar uma possível segunda onda?
Uma segunda onda ocorre quando a região que está com o número de casos próximo a zero registra um aumento bruto e que se estabiliza. Neste momento, o Distrito Federal está passando pela fase de queda, ou seja, os números estão diminuindo, mas ainda são significativos. Por isso, considera-se que a cidade ainda não saiu da primeira onda.
Há como prevenir?
Claro. Com dedicação e conscientização da população é possível. As pessoas precisam saber que não se trata apenas do uso de máscaras, mas é necessário usá-las corretamente, continuar com a higienização constante das mãos e manter o distanciamento social. E, para isso, não é preciso voltar a um isolamento restrito. Basta continuar com aberturas graduais e, de novo, com protocolos e medidas de segurança necessárias para evitar a contaminação. Assim, é possível que a segunda onda nunca chegue.
Caso haja uma segunda onda na capital federal, o sistema de saúde está pronto para enfrentá-la?
Inicialmente, o DF lidou muito bem com a doença, as estruturas funcionaram bem e as respostas foram rápidas. Ou seja, de modo geral, fomos bem. Agora, é preciso encontrar uma forma de manter as estruturas, que foram montadas emergencialmente, “engatilhadas”. Assim, caso seja necessário, elas podem voltar a funcionar rapidamente.