O Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF) acolheu nessa quinta-feira (19/11) quatro bebês menores de um ano que passarão por cirurgias cardíacas. Uma das crianças é portadora de uma cardiopatia congênita grave e agora, terá acesso ao procedimento. Segundo o secretário de Saúde, Osnei Okumoto, o critério da idade é um dos agravantes para que os pequenos tenham prioridade na fila de espera do ICDF, de modo que o quadro deles não piore. Após dar entrada no Instituto, duas delas já conseguiram ser operadas.
O acolhimento das crianças no ICDF ocorreu 24 horas depois do anúncio do repasse de R$ 3.913.555,26 da Secretaria de Saúde ao instituto, que ainda prometeu entregar insumos para a realização dos procedimentos. Apesar de a secretaria alegar que já fez o repasse, no portal da Transparência, que indica as informações orçamentárias sobre os gastos do governo, os valores não constam entre os empenhados (quando há reserva de recursos para pagamento) ou entre os liquidados (que já foram pagos).
A Secretaria de Saúde informou que o pagamento da ordem bancária foi feito na quinta-feira e deve ser creditado na conta do ICDF nesta sexta. Como neste 20 de novembro é ponto facultativo, o valor só deve aparecer no portal da Transparência na segunda-feira (23).
Enquanto isso, a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica do ICDF segue lotada: todos os 10 leitos estão ocupados e outras 114 crianças aguardam na fila por uma cirurgia cardiopediátrica. A lista é dinâmica, e é alterada conforme as mudanças no estado de saúde dos pacientes.
O ICDF é uma instituição privada sem fins lucrativos que possui convênio firmado com a Secretaria de Saúde para atender pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) no DF. As cirurgias cardiopediátricas só são feitas pelo instituto.
Uma das que aguardava por uma cirurgia é a bebê Ana Vitória Souza Santos, de 6 meses, que também é portadora de uma cardiopatia congênita. Neste mês, ela foi transferida do Hospital da Criança de Brasília para o Instituto do Coração do Distrito Federal (ICDF), onde já passou pelo procedimento. O atendimento de Ana Vitória foi alvo de uma ação judicial, já que a criança não conseguia a vaga para a operação.