A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) ouviu, na tarde desta quinta-feira (12/11), dois funcionários e a atendente de uma pizzaria que prestou queixa contra o ex-advogado da família Bolsonaro Frederick Wassef. Na quarta-feira (11/11), a denunciante registrou boletim de ocorrência por injúria racial, na 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul). O caso aconteceu no domingo (8/11), na Pizza Hut do shopping Pier 21.
A polícia solicitou imagens das câmeras de segurança do shopping, para auxiliar na investigação do caso, segundo o delegado-chefe da 1ª DP, Marcelo Portela. "As investigações estão preliminares. Ainda não podemos afirmar nada. Esse caso foi registrado ontem (quarta-feira) à noite e, hoje, ouvimos a vítima e duas testemunhas, que comprovaram a versão dela", detalhou.
O delegado ressaltou que só com a coleta de todas as provas será possível dar mais detalhes sobre o ocorrido.
Discussão
No boletim de ocorrência registrado pela vítima, a funcionária do estabelecimento afirmou que Wassef frequenta o estabelecimento regularmente. Segundo a denunciante, ele é conhecido por agir de maneira "arrogante" e por ofender os funcionários da pizzaria.
No domingo, quando Frederick Wassef chegou ao restaurante, a vítima comunicou à gerência que não o atenderia. Quando o advogado deixava a pizzaria, de acordo com a ocorrência, ele dirigiu-se à atendente para fazer uma reclamação. "Essa pizza não tá boa! Você comeu?", perguntou Wassef.
A denunciante respondeu que não e relatou que Frederick retrucou em voz alta: "Você é uma macaca! Você come o que te derem".
Defesa
Procurado pela reportagem, Wassef posicionou-se por meio de nota. Segundo ele, as acusações são "mentirosas". O advogado alegou que é vítima de denunciação caluniosa, "organizada sob orientação de terceiros, visando futura ação indenizatória para ganhar dinheiro através desta fraude arquitetada".
Ele também negou ter chamado a funcionária de "macaca". "A funcionária não é negra e mentiu afirmando que eu a chamei de negra e (que), por isso, não queria ser atendido por ela", informa o texto.
Frederick Wassef acrescentou que seguranças que ficam à porta da pizzaria e do shopping poderiam tê-lo prendido em flagrante e filmado a cena com o celular. "Outra mentira é que outros funcionários teriam testemunhado o (fato) narrado por ela. Ela estava sozinha no caixa e ninguém estava perto. Apenas parei no caixa para pagar a conta e fui embora. Vou comunicar a polícia (sobre) esse crime de denunciação caluniosa do qual fui vítima", reforçou o advogado.