A Polícia Civil investiga um golpe praticado por dois vendedores de uma loja de móveis na Feira da Torre, que pode ter gerado um prejuízo de mais de R$ 100 mil aos clientes. As vítimas, que já somam mais de 27 pessoas, se organizaram para levar adiante às denúncias e conseguir mitigar as perdas.
Ao todo, 11 boletins de ocorrência já foram registrados na 5ª Delegacia de Polícia (Asa Norte). Os relatos de todos são muito semelhantes: compraram um móvel na Modernitá Móveis Sob Medida, localizada no box 37, e não receberam o produto. Agora, os comerciantes fecharam a loja e não atendem mais as ligações dos clientes.
Uma das pessoas lesadas, o analista de sistemas, Thiago Lima, 34 anos, conta que em junho foi à banca na Torre em busca de um sofá. Ele pagou pelo produto, que seria entregue 45 dias depois. Ao final do prazo, o vendedor, Guilherme Silva, teria pedido mais 30 dias de tolerância. Ainda assim,Thiago não recebeu o sofá. Novamente, o vendedor disse que faria a entrega em mais dez dias úteis. "A desculpa era a pandemia".
"Fomos abordados pelo Guilherme e acabamos fechando negócio, porque ele disse que pegaria o sofá antigo de entrada e me daria uma obra de arte", disse Thiago Como a entrega não aconteceu, Adolfo Ubaldino Neto prometeu lhe repassar o dinheiro investido. Como o depósito não foi feito, Thiago voltou à banca e conversou com Adolfo. "Ele falou para mim que não tinha mais dinheiro, que o sócio dele tinha falido a empresa. Uma semana depois, ele fugiu". Desde então, Thiago não consegue mais contato com a dupla, e ainda ficou com o prejuízo de R$ 2.600.
O box na feira foi fechado depois das denúncias. Pelos registros, as transações ocorreram entre março e outubro deste ano. Uma das vítimas, foi a professora Nívea de Paiva, que pagou R$ 15,7 mil em móveis, e apenas uma parte foi entregue. Outra vítima, o bancário Anderson de Oliveira, 33, pagou R$ 6.390 em vários móveis em julho, e não recebeu os produtos. Rafael Pacheco, passou pela mesma situação, e teve um prejuízo de R$ 3.900 em uma mesa de jantar e aparador.
Os vendedores vão responder pelo crime de estelionato. Em um áudio enviado por Guilherme Silva a Thiago, ele acusa o sócio das irregularidades: "Eu já estava me ligando na malandragem dele, na hora de comprar a matéria-prima e pagar os fornecedores, ele (Adolfo) queria esconder o dinheiro", alega. "Eu não fiquei com nada", afirma. "A pessoa sai com o dinheiro dos clientes e desaparece". Ele e o Adolfo trocaram acusações de roubo.