A Secretaria de Saúde do Distrito Federal vai começar, na segunda quinzena de novembro, a preparar um inquérito epidemiológico para estudar a situação da pandemia do novo coronavírus no Distrito Federal. No documento, haverá informações detalhadas da quantidade de leitos e o estudo de uma possível segunda onda da doença na capital federal.
O Plano de Ações Estratégicas de Combate ao Coronavírus do Distrito Federal foi anunciado na tarde desta terça-feira (10/11), durante coletiva de imprensa, no Palácio do Buriti, e reúne um conjunto de medidas que serão adotadas para conter o avanço da doença e tratar pacientes contaminados.
Participaram do evento o secretário de Saúde, Osnei Okumoto; o subsecretário de Atenção Integral da Saúde, Alexandre Garcia; o secretário adjunto de Assistência à Saúde, Petrus Sanches; o diretor de vigilância epidemiológica Cássio, Peterka; e o Presidente do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF, Paulo Ricardo Silva.
O inquérito epidemiológico será feito por meio de uma amostragem nas 34 Regiões Administrativas do Distrito Federal, chamada de 30 por 7. “A gente subdivide uma RA em conglomerados, ou seja, junções de casas, quadras ou conjuntos, e realiza o sorteio de 30 deles”, explicou o Cássio Peterka. “Dentro de cada um dos quadrantes, a gente sorteia uma casa. Em cada um desses polígonos, faremos sete testes em sete pessoas”, completou o diretor. Os entrevistados devem ser maiores de 18 anos e a média é de que serão utilizados 10 mil testes — doados pelos Serviço Social do Comércio (Sesc-DF) — para as testagens.
Segundo o especialista, a amostragem vai definir um perfil sociodemográfico em tempo, lugar e pessoa para identificar como o vírus se prolifera em cada região e propor medidas para contenção da doença. “Hoje, não temos nenhum medicamento eficaz específicos para a covid e não temos nenhuma vacina. Então, a gente precisa de subsídios e dados epidemiológicos para a tomada de decisão”, acrescenta Petrarka.
Segunda onda
Diante da dúvida da possibilidade de uma segunda onda, a Secretária de Saúde pretende se preparar para o pior. É o que a afirmou o subsecretário de Atenção Integral da Saúde, Alexandre Garcia. “Chamamos essa responsabilidade para o serviço de Atenção Básica à Saúde”, explicou. Segundo o especialista, a vigilância do pacientes será importante para impedir a ocorrência de uma segunda onda. Para isso, será necessário abastecer as Unidades Básicas de Saúde (UBS) com testes. Para o plano de contingência, serão disponibilizados 600 oxímetros para análise de saturação de oxigênio, além de 150 mil testes.
“Os pacientes serão testados nas UBS e, se confirmada a infecção pelo novo coronavírus, será direcionado para uma sala aberta, onde será feita a orientação de higienização e distanciamento dentro do domicílio. Em casos de pessoas do grupo de risco, o monitoramento será feito de 24h em 24h, e se não em 48 horas. As unidades também terão que monitorar a saturação de oxigênio dos pacientes", explicou.