Um detento de 25 anos, lotado no Centro de Internamento e Reeducação (CIR) do Complexo Penitenciário da Papuda, morreu esfaqueado por outro preso, de 28 anos, na tarde deste domingo (8/11). Fontes policiais informaram ao Correio que o autor usou uma faca artesanal para desferir os golpes na vítima durante o banho de sol.
Segundo as investigações, os dois internos deram início a uma discussão quando entravam no pátio para o banho de sol. Em seguida, o acusado desferiu um golpe de faca no peito do jovem. Após ser contido pelos policiais penais da unidade, o autor continuou agitado e com a arma nas mãos, desobedecendo o comando dos servidores.
"Imediatamente a sirene foi acionada e uma equipe da Diretoria Penitenciária de Operações Especiais (DPOE) foi destacada para a unidade prisional. O reeducando ferido foi imediatamente socorrido e o agressor retirado com segurança do local da briga. Ressalta-se que o Serviço Móvel de Urgência (SAMU) foi acionado e chegou à unidade em menos de 10 minutos. Contudo, o interno atingido não resistiu ao ferimento e veio a óbito", informou a Secretaria de Administração Penitenciária (Seape)
Ao ser interrogado sobre o motivo de ter cometido o crime, o autor alegou, segundo fontes ouvidas pela reportagem, que estava sendo ameaçado de morte pelo detento e, na intenção de se defender, o matou. A 30° Delegacia de Polícia (São Sebastião) investiga o caso. Além da ocorrência policial, foi aberta uma ocorrência administrativa pela direção do CIR para apurar todas as circunstâncias informou a Seap.
A morte traz à tona novamente o debate sobre problemas de segurança na unidade. Produzidos pelos próprios presos, os objetos pontiagudos servem para cavar paredes, facilitar fugas e ameaçar rivais. As ferramentas são produzidas pelos detentos a partir de vergalhões de aço de sustentação dos pilares das celas.
Para retirar o material, os presos raspam a parede e, depois, afinam a ponta até virar estoques, facas artesanais.
Fuga
Câmeras do circuito interno de segurança gravaram o momento em que os detentos saíram por um buraco e desceram o prédio com o auxílio de uma corda formada por panos, conhecida pelos custodiados como “tereza”.
Para furar o teto, os custodiados contaram com o auxílio de uma faca artesanal. Até a última atualização dessa reportagem, 13 dos 17 fugitivos tinham sido recapturados. Quatro, no entanto, seguem foragidos