O secretario do Meio Ambiente do DF, Sarney Filho, vistoriou de barco os pontos que foram selecionados para a retomada do Projeto Orla, que visa a recuperação de danos nas áreas de preservação permanente (APPs) situadas na orla do Lago Paranoá, no Lago Sul. O projeto prevê a recuperação de 65 hectares ao longo das APPs desde a barragem ao Lago Sul do Paranoá, incluindo o braço do Riacho Fundo, com ações nos 30 metros às margens do espelho d’água.
O investimento de cerca de R$ 2 milhões é oriundo do Fundo Único do Meio Ambiente (Funam). Os recursos são de pagamentos de acórdãos judiciais e termos de ajustamento de conduta dos moradores responsáveis pelas ocupações irregulares envolvidos em uma ação civil pública.
O secretário estava acompanhado de técnicos da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), gestores do Rede Terra e pela superintendente de Unidades de Conservação, Biodiversidade e Água (SUCON) do Brasília Ambiental, Rejane Pieratti. Sarney Filho disse que a vistoria representou um ‘marco zero’ para a continuidade do trabalho. “Trata-se de uma resposta do Governo do Distrito Federal ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) no sentido de recuperar Áreas de Proteção Permanente ocupadas ilegalmente ao longo da orla sul e que foram desobstruídas com a retirada de cercas e muros.”, disse o secretário.
Recuperação
Realizado pelo Instituto Rede Terra, o trabalho inclui controle de processos erosivos, a revegetação e revitalização de corredores ecológicos, além de tratamento contra formigas e correção de solo antes do plantio, uso de contentores para limitar o acesso de veículos, cercamento e tutoria de mudas.
Para a subsecretária de Assuntos Estratégicos da Sema, Márcia Fernandes Coura, a visita ao longo da orla permitiu identificar as áreas selecionadas e os trabalhos já iniciados pela Sema e parceiros.
Na QL10, Área de Relevante Interesse Ecológico (Arie) do Bosque, foram plantadas cerca de 1,7 mil mudas de espécies nativas do Cerrado em uma área de 4,5 hectares. Nas QLs 6 e 8, o trabalho de preparação do solo está em andamento. “Ao todo serão vinte áreas na região do Lago Sul e vamos ver como se comportaram as áreas que já estão sendo trabalhadas e as que já foram selecionadas e avaliar como está o andamento da preparação do solo”, explicou a subsecretária.
O programa busca contribuir para o equilíbrio ambiental e a preservação de mananciais que abastecem o DF, contribuindo para a segurança hídrica de Brasília. “Precisamos garantir que o Lago Paranoá, possa cumprir suas múltiplas funções ecossistêmicas, como estabilidade das margens, corredores ecológicos, biodiversidade, amenização do clima, navegação, lazer e o embelezamento do Distrito Federal”, destacou.
O diagnóstico ambiental que subsidia o projeto identificou 321,83 hectares passíveis de recuperação na orla, incluindo APPs, unidades de conservação e áreas públicas. Outros destaques são as encostas do Paranoá, Arie Riacho Fundo (trecho no Park Way, aeroporto e QL 1), Parque Ecológico Ermida Dom Bosco, Parque Ecológico Península Sul, Parque Ecológico das Copaíbas, Parque Ecológico Garça Branca, Ponte das Garças e Mosteiro da Ermida Dom Bosco, além da quadras do lago (QLs) 6, que já conta com um plantio, e as 8, 16, 18, 22, 26 e 28.
Lago Norte
Uma nova fase de recuperação de áreas degradadas vai incluir o Lago Norte. A Fundação Banco do Brasil (FBB), a Sema e o Brasília Ambiental publicaram edital de seleção pública para o recebimento de proposta de ações de conservação e recomposição florestal nas áreas de proteção permanente. A ação faz parte do Programa Recupera Cerrado e terá investimentos de R$1,42 milhão.
O objetivo do edital é selecionar um projeto voltado para reflorestamento com espécies vegetais (arbóreas, arbustivas e/ou herbáceas) nativas do Cerrado. Até 12 de novembro, estão previstos julgamento, classificação e seleção das propostas. O resultado final deve ser divulgado no dia 24 de novembro.
A orla do lago tem um contorno total de 102,31 Km, sendo 50,31 deles no Lago Sul e 52 no Lago Norte.
*Com informações da Sema