Brasília se despede do advogado trabalhista Heraldo Amaral de Albuquerque, que morreu na noite do último domingo, aos 83 anos. Há anos ele enfrentava um enfisema pulmonar e não resistiu a complicações causadas pela doença. Devido à idade, a enfermidade agravou-se e, após vários períodos internado, Heraldo decidiu tratar-se em casa, próximo à família. Pernambucano de alma carioca, gostava de samba e era apaixonado pelo Vasco.
Heraldo nasceu em Pernambuco e chegou a Brasília em 1970. Foi um dos primeiros moradores do Lago Norte, onde viveu até o último domingo. Veio para a capital acompanhando a mulher, Helena Borges de Albuquerque, 82, que havia sido chamada para ocupar um cargo público. Logo começou a estudar direito e entrou em uma das primeiras turmas do curso no UniCeub.
Especializado na área trabalhista, nunca se aposentou. Embora não atuasse mais diariamente, devido à idade avançada e aos problemas de saúde, ele se mantinha atualizado e curioso e sempre ajudava o filho, que decidiu seguir a mesma carreira.
“Ele era gente boa. Era uma pessoa que entrava num lugar sem conhecer ninguém e saía de lá como se fosse amigo de longa data. Gostava de conversar mesmo sem conhecer as pessoas, falava com todo mundo, dos mais humildes aos juízes com que tinha contato”, disse o neto de Heraldo, o professor de sociologia Alexandre de Albuquerque, 31 anos.
Paixão pelo trabalho
Elegante, sempre andava alinhado, mesmo que vestindo apenas bermuda e camisa social de manga curta, para tomar um café. Alexandre lembrou que o avô gostava de pegar causas de pessoas com baixa condição financeira. “Ele tinha interesse em proteger quem não tinha renda e não tinha condição de se defender. Ele nunca largou a profissão. Era, realmente, apaixonado pelo que fazia”, afirmou o neto do advogado.
Casado há 57 anos, o advogado deixa a mulher, os filhos Valéria e Ricardo, quatro netos e uma bisneta. Até o fechamento desta edição, data, horário e local do velório não haviam sido definidos.