“Sinto uma tristeza muito grande. Não consigo expressar o que estou passando”, lamentou Alice Cristina Medeiros, 21 anos, namorada de Jonas Pereira da Silva, 21. O jovem morreu neste sábado (28/11), após cair de um desfiladeiro de, aproximadamente, 70 metros, na região do Pólo de Cinema de Sobradinho, onde estava na companhia de dois amigos.
Em entrevista ao Correio, a companheira do jovem contou que o local onde o praticante de slackline morreu foi o mesmo em que os dois se conheceram, em janeiro, período em que iniciaram o namoro. O local foi apelidado por Jonas e amigos como "Costão do Maylon", em referência ao cachorro de um colega da vítima. “Fui para um evento de slackline com um colega, em janeiro, e vi o Jonas saindo da trilha. Foi amor à primeira vista. Sei que é clichê, mas, de fato, tivemos uma conexão muito intensa”, relatou.
O esportista morava com a avó em Planaltina, mas, desde junho deste ano, passou a morar com Alice, no Gama. “O Jonas era muito responsável e experiente. Ele praticava o esporte havia seis anos e sempre andava com o equipamento. Infelizmente, por um deslize, isso ocorreu. Sinto uma tristeza muito grande, não consigo expressar o que estou passando", lamentou a empreendedora.
Patrícia Maranhão Silva, 40, tia de Jonas, descreve a personalidade do jovem como “cativante e inspirador”. “Ele era uma pessoa muito alegre, bacana, carinhoso, dedicado e que amava a natureza, animais. Sem palavras o que estamos sentindo. Ele tinha o dom de cativar as pessoas, de incentivar e inspirar quem estava próximo a ele”, disse.
O rapaz será sepultado nesta segunda-feira (30/11), feriado do Dia do Evangélico, no Cemitério Campo da Esperança de Planaltina. O enterro será das 9h às 11h.
Acidente
O caso é investigado pela 35ª Delegacia de Polícia (Sobradinho 2). A reportagem apurou que uma das testemunhas que acompanhava Jonas relatou aos investigadores que a vítima teria esquecido de prender o equipamento de segurança à corda de travessia.
"Jonas estava de cadeirinha, porém, ele se esqueceu de amarrar o equipamento à corda por meio de uma argola de segurança, conhecida como 'anel do leash', tratando-se de um anel sólido colocado em volta da fita de travessia, justamente para que, em caso de queda, o atleta permaneça atrelado à fita, pendurado", afirmou a fonte em depoimento.
Jonas sofreu múltiplas fraturas e teve a morte constatada por equipe médica do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que auxiliou nas buscas. Cerca de 30 militares dos bombeiros participaram do resgate. Um helicóptero e um drone foram usados para localizar o jovem.
Em nota oficial, a Polícia Civil informou que se trata "de ocorrência de morte acidental ainda sem causa definida, sabendo-se apenas que um praticante de esportes radicais faleceu após queda de grande altura. (...) A ocorrência foi registrada em princípio como 'homicídio culposo', com natureza em apuração, para melhor esclarecimento do acidente." Agora, a perícia determinará as causas do acidente.
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