Já dura quase três horas o julgamento de Almir Evaristo Ribeiro, réu pelo assassinato da vendedora Noélia Rodrigues de Oliveira. O tribunal do juri foi instalado na manhã desta quinta-feira (26/11) para julgar o feminicídio e a sessão é transmitida por videoconferência.
Noélia foi morta em outubro do ano passado. A família dela acompanha o julgamento na casa de uma das irmãs da vítima. Até agora, o viúvo Marcos Paulo Mendes e Carlos Antônio Soares, um dos policiais que participaram da investigação, responderam às perguntas da defesa e da acusação.
O marido de Noélia relatou que, apesar de o relacionamento estar abalado nos meses que antecederam o crime, eles tinham se reconciliado. Ela teria engravidado meses antes da morte, segundo o marido. Ele contou que na noite do crime, foi buscar a esposa no ponto de ônibus no Sol Nascente, onde viviam, mas como ela não apareceu, começaram a procurá-la. O corpo de Noélia só seria encontrado no dia seguinte, no acampamento 26 de setembro. Fotos dela já circulavam nas redes sociais antes da identificação.
Além disso, Marcos Paulo também entregou à polícia extratos telefônicos de Noélia. Nos registros há diversas ligações entre a vítima e o número que pertencia a Almir, que chamaram a atenção dos investigadores.
Carlos Antônio Soares, que atuava na 28ª Delegacia de Polícia (Vicente Pires), que cuidou do caso, relatou que, informalmente, Almir confessou a ele a dinâmica do crime, enquanto os dois estavam na viatura que transportava o acusado do Departamento de Polícia Especializa (DPE) para depor na delegacia. Ele teria dito ao policial que buscou Noélia no trabalho. No entanto, no local, o advogado de Almir o orientou a permanecer em silêncio e ele não deu mais declarações oficiais.
Câmeras dos órgãos de trânsito identificaram que o carro de Almir transitou na via Estrutral e esteve nas imediações do Brasília Shopping, onde Noélia trabalhava. Segundo o agente, isso foi em um "horário compatível" com o horário do expediente de Noélia. A defesa dele questionou se haveria uma foto de Almir saindo do carro. O policial negou.
Outras quatro testemunhas ainda devem ser ouvidas ao longo do dia. A sentença ainda deve demorar a ser proferida: a expectativa é de que o julgamento entre pela madrugada.
O caso
Em outubro do ano passado, Noélia foi encontrada com um tiro no rosto próximo à avenida Estrutural. Almir, que era vizinho da vítima, foi preso, acusado por matar a vendedora. Os automóveis dele e do filho, que aparecem nas imagens, foram apreendidos durante as investigações. Se for condenado, pode pegar uma pena de 12 a 30 anos de prisão.
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