Barbárie

Caso Rhuan: mulheres que mataram o menino são condenadas a 129 anos de prisão

Rosana Auri da Silva Candido, mãe de Rhuan, foi condenada a 65 anos de prisão. A companheira dela, Kacyla Priscyla Santiago Damasceno Pessoa, a 64 anos. Elas foram julgadas pelo assassinato do menino de 9 anos nesta quarta-feira (25/11), pelo Tribunal do Júri de Samambaia

Bárbara Fragoso
postado em 25/11/2020 21:41 / atualizado em 25/11/2020 22:01
O menino Rhuan foi morto, esquartejado e carbonizado em maio de 2019 -  (crédito: Divulgação)
O menino Rhuan foi morto, esquartejado e carbonizado em maio de 2019 - (crédito: Divulgação)

A Promotoria de Justiça do Tribunal do Júri de Samambaia obteve, nesta quarta-feira (25/11), a condenação de Rosana Auri da Silva Candido, mãe do menino Rhuan Maycon da Silva Castro, de 9 anos, e Kacyla Priscyla Santiago Damasceno Pessoa, sua companheira, pelos crimes de homicídio qualificado, lesão corporal gravíssima, tortura, ocultação e destruição de cadáver e fraude processual. A mãe da criança foi condenada a 65 anos de prisão. A outra autora recebeu a pena de 64 ano.

Durante o julgamento, Kácyla ficou em silêncio e assumiu a execução de todos os crimes, afirmando não haver nenhuma participação da companheira. Na 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia), as duas confessaram, com detalhes, o assassinato cometido em 31 de maio de 2019. As autoras estavam em prisão preventiva desde a descoberta do crime.

Os jurados acataram na íntegra a denúncia do Ministério Público e reconheceram que as rés premeditaram o assassinato. Elas planejaram como executariam e destruiriam o corpo da criança. Na noite do crime, a dupla esperou Rhuan dormir para cumprir o plano. Rosana, a mãe, desferiu o primeiro golpe no peito da criança, que acordou com o ataque. Kacyla segurou o menino para que Rosana desferisse os outros golpes. Na sequência, a mãe decepou a cabeça do filho ainda com vida.

Entre as qualificadoras do homicídio estão o motivo torpe, o meio cruel e o recurso de impossibilitou a defesa da vítima. O primeiro, diz respeito ao sentimento de ódio que Rosana nutria em relação à família paterna da criança. Em relação ao segundo, a criança recebeu, ao menos, 11 facadas e foi degolada viva. Por último, ele foi atacado enquanto dormia.

Após o assassinato, a dupla esquartejou, perfurou os olhos e dissecou a pele do rosto do menino. Elas tentaram incinerar partes do corpo em uma churrasqueira com o intuito de destruir o cadáver e dificultar o reconhecimento. Como o plano inicial não deu certo, elas colocaram partes do corpo de Rhuan em uma mala e duas mochilas. Rosana jogou a mala em um bueiro próximo à residência onde ocorreu o crime. Antes que ocultasse as duas mochilas, moradores da região desconfiaram da atitude da mulher e acionaram a polícia, que prendeu as duas em flagrante, em 1º de junho.

Crime bárbaro

Desde 18 de dezembro de 2014, Rosana vivia com o filho de maneira clandestina. Rhuan foi retirado à força dos cuidados dos avós paternos e era procurado pela família. Até a sua morte, a criança foi submetida a intenso sofrimento físico e mental, como forma de castigo pessoal. Enfrentou desprezo e privações. Foi impedido de manter contato com outras pessoas. Ele não frequentava a escola. Um ano antes do assassinato, a dupla extraiu os testículos e o pênis de Rhuan, em casa, de forma rudimentar, sem anestesia ou acompanhamento médico. Por esses crimes, elas foram denunciadas por tortura e lesão corporal gravíssima.

*Com informações do MPDFT

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