Um paciente morador de Ceilândia que aguarda, há mais de uma semana, uma vaga para fazer um exame de cateterismo enfrenta uma espera angustiante. O vendedor Elielson Batista de Souza, 54 anos, passou mal durante uma caminhada, em 3 de novembro, e precisou ser internado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da região administrativa. No entanto, o estado de saúde dele piorou, principalmente após um infarto e duas paradas cardiorrespiratórias. O paciente está em coma induzido, e a família dele tenta garantir que o exame ocorra o quanto antes.
Depois de ficar em estado grave, Elielson também não conseguiu uma vaga em leito de unidade de terapia intensiva (UTI) na rede pública do DF. A partir daí, a família deu início a uma batalha contra o tempo. A filha do vendedor, Ana Paula de Melo Batista, 27, conta que precisou entrar com uma ação junto à Defensoria Pública do Distrito Federal (DPDF) para solicitar uma vaga. A primeira estava disponível em um hospital do Lago Sul.
A transferência para a rede particular ocorreu em 4 de novembro. Em coma induzido, Elielson segue em observação, no aguardo do cateterismo, segundo a família. "Os médicos falaram que precisava realizar o cateterismo em 48 horas, para não ter danos. Porém, o hospital privado nos informou que não tinha convênio com o GDF (Governo do Distrito Federal) para fazer o procedimento", conta Ana.
Desespero
O exame é necessário para verificar quais procedimentos são necessários para o tratamento adequado do paciente. Diante da urgência, a família acionou novamente a DPDF e, após diversas tentativas, conseguiu uma vaga no Hospital Universitário de Brasília (HUB), para 10 de novembro. Contudo, houve mais uma dificuldade, segundo a filha.
"Quando chegou o dia, meu irmão ligou para o hospital (universitário), para saber se o procedimento tinha dado certo. Porém, nos informaram que ele (o paciente) não apareceu. Mas estava tudo agendado, tudo certo para o exame", relata Ana Paula. "(Depois,) ligamos para o hospital particular, para saber o que aconteceu. Mas nos informaram que não houve a transferência, porque não tinha médico para ir com ele na ambulância do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).”
Ana Paula relata que o desespero atingiu toda a família. "Meu pai está intubado tomando medicação para o coração bater. Por que essa demora? Cada dia que passa é crucial para ele", ressalta a filha. Na última decisão obtida pela Defensoria Pública, a Justiça determinou que a Secretaria de Saúde (SES-DF) mantenha o paciente internado em UTI com suporte adequado.
Marcação
Em nota, a Secretaria de Saúde informou que o cateterismo de Elielson está marcado para terça-feira (17/11), às 10h, no HUB. A pasta explicou que o paciente será levado para fazer o exame e retornará para o mesmo leito de UTI do hospital do Lago Sul.
Questionada pela reportagem, a pasta não deu garantia se haverá transporte entre os dois hospitais. Em relação à demora, a SES-DF afirmou: "O procedimento é regulado e agendado na primeira vaga que surge na rede conveniada ou contratada. No caso, a vaga surgiu no HUB, para onde o paciente será encaminhado na data marcada", finaliza a nota.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.