O macaco encontrado morto em condomínio do Jardim Botânico na última segunda-feira (9/11) será analisado pelo laboratório da Universidade de Brasília (UnB) nesta quarta-feira (11/11). A avaliação dos especialistas irá determinar se a causa da morte foi provocada por infecção do vírus causador da febre amarela. O resultado do laudo deve ficar pronto em até 15 dias.
Apenas em 2020, a Universidade de Brasília (UnB) analisou 151 macacos mortos no Distrito Federal, por suspeita da doença. Apenas um, recolhido em São Sebastião na quinta-feira passada (5/11) teve diagnóstico positivo para a doença.
O professor responsável pelo Laboratório Regional de Diagnóstico para Febre Amarela em Primatas Não-Humanos do Ministério da Saúde e UnB, Márcio Botelho de Castro, explica que, como o macaco recolhido no Jardim Botânico foi entregue congelado, é preciso esperar o cadáver voltar à temperatura ambiente antes de iniciar os exames.
Tanto o macaco de São Sebastião, como o do Jardim Botânico, são da espécie sagui do tufo preto. Márcio explica que é colhida uma amostra do fígado do animal para detectar a presença do vírus. "A febre amarela não é comum nesses macacos. Ela ocorre de forma epidêmica, de tempos em tempos."
Na manhã desta terça-feira (10/11), equipes da Vigilância Ambiental estiveram no Jardim Botânico fazendo controle químico com borrifação para eliminar áreas de proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da febre amarela, dengue, Chikungunya e Zika.
Embora as duas regiões onde os saguis foram identificados estejam muito próximas — cerca de 11 km — isso, por si só, não é suficiente para prever que o macaco a ser analisado esteja infectado. "Tem que ter fatores que permitem que o vírus seja detectado em uma área. Só porque está próximo não basta. Se não houver o fluxo que permita a doença caminhar, o vírus não irá se espalhar."
O professor lembra que os animais não transmitem a doença. Apenas os mosquitos agem como vetores. "O macaco é vítima da doença, não transmissor. De 30 a 40 dias antes de ter gente infectada, já tem macaco morrendo. E detectando antes, você consegue vacinar a população."
Prevenção
Devido à morte de um macaco que estava contaminado com febre amarela, próximo do bairro São José, em São Sebastião, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) visitou as casas dos moradores da região para conferir o cartão de vacinação dos residentes e identificar se estão imunizados contra a doença.
Os últimos casos de pessoas com diagnóstico positivo para o vírus no DF foram importados, com infecção do paciente em São Paulo, em 2018. A principal medida de prevenção é a vacinação.
De acordo com a Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival), a cobertura vacinal de Febre Amarela está em 62,9%. “A vacina é aplicada com uma dose aos nove meses de idade e um reforço aos quatro anos. Pessoas de cinco a 59 anos de idade, não vacinadas ou sem comprovação vacinal, devem tomar uma dose única”, destaca a pasta.
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