Boletim epidemiológico epidemiológico divulgado pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal revelou aumento dos casos de sífilis no DF, principalmente entre homens de 20 a 39 anos. A alta ocorreu entre 2018 e 2019, mas os dados do levantamento são de outubro. Diante dos resultados, nesta sexta-feira (6/11), a pasta divulgou mais detalhes sobre a doença, com destaque para uma informação que muita gente ainda não sabe: a infecção tem cura, e o tratamento é gratuito.
Os casos de sífilis adquirida tiveram o aumento mais significativo (37,9%) entre homens de 20 a 29 anos. Em segundo lugar, ficou o grupo de pessoas do sexo masculino de 30 a 39 anos, com alta correspondendo a 23,9%. A sífilis congênita, por outro lado, caiu de 473 casos, em 2018, para 425, em 2019 — diminuição de 10,1%.
No DF, é possível passar encontrar testes rápidos para detecção da infecção sexualmente transmissível (IST) e o medicamento indicado aos pacientes — a penicilina benzatina, mais conhecida como Benzetacil — em todas as unidades básicas de saúde (UBSs).
Daniela Magalhães, técnica da Gerência de Vigilância das ISTs da Secretaria de Saúde, explica que o controle da epidemia é possível, mas deve passar pela interrupção da cadeia de transmissão e pela prevenção de novos casos. "A detecção e o tratamento precoces são imprescindíveis para evitar a transmissão da doença, assim como o tratamento adequado das parcerias sexuais", recomenda.
Transmissão
A doença é transmitida por meio da relação sexual desprotegida ou de uma mãe infectada para o feto, durante a gestação. É necessário ficar atento ao aparecimento de feridas ou erupções vermelhas na pele. Os preservativos previnem a contaminação pela doença e tem distribuição gratuita nas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Além disso, a população sexualmente ativa deve fazer, periodicamente, exames e testes para detecção da sífilis e de outras ISTs.
Para ter acesso ao tratamento, o paciente deve procurar a UBS mais próxima de casa. Caso a unidade não tenha disponibilidade de profissionais ou os insumos necessários para tratamento da doença, pode-se solicitar o encaminhamento para o Hospital Dia — centro especializado para tratamento de ISTs, tuberculose, hanseníase e que também conta com ambulatório específico para pessoas trans. A unidade fica na 909 Sul do Plano Piloto.
Outro ponto de atendimento para onde os pacientes podem ser encaminhados é o Núcleo de Testagem e Controle (NTA), no mezanino da Rodoviária do Plano Piloto.
Sinais e sintomas
Descubra as formas como a sífilis se manifesta no corpo humano:
- Sífilis primária
Aparecimento de ferida, geralmente única, no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca ou outras partes da pele), de 10 a 90 dias após o contágio. Essa lesão é rica em bactérias.
Normalmente, a ferida não dói, não coça, não arde e não tem pus. Ela pode vir acompanhada de ínguas (caroços) na virilha.
- Sífilis secundária
Os sinais e sintomas aparecem entre seis semanas e seis meses desde o aparecimento e a cicatrização da ferida inicial.
Podem ocorrer manchas no corpo, que geralmente não coçam, incluindo nas palmas das mãos e nas plantas dos pés. Essas lesões são ricas em bactérias.
O paciente pode ter febre, mal-estar, dor de cabeça e ínguas pelo corpo.
- Sífilis latente – fase assintomática
Não aparecem sinais ou sintomas.
É dividida em sífilis latente recente (menos de dois anos desde a infecção) e sífilis latente tardia (mais de dois anos de infecção).
A duração é variável, podendo ser interrompida pelo surgimento de sinais e sintomas da forma secundária ou terciária.
- Sífilis terciária
Pode surgir de dois a 40 anos desde a infecção.
Costuma apresentar sinais e sintomas, principalmente lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas. Pode levar à morte.
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