Passeios e refeições ao ar livre, cachoeiras, trilhas, animais e nada de aglomeração. Com esses atrativos, o turismo rural voltou a ganhar força em Brasília e nas cidades do Entorno. Desde 7 de Setembro, primeiro feriado com medidas de isolamento menos rígidas no Distrito Federal, os estabelecimentos do setor registram uma procura maior por hotéis fazendas, restaurantes e atividades ecoturísticas. Segundo o Sindicato do Turismo Rural e Ecológico do Distrito Federal (RuralTur), a ocupação dos leitos tem ficado entre 80% e 90% nos finais de semana.
O cenário é bem diferente do início da pandemia. Mesmo não sendo obrigados a fecharem as portas, muitos estabelecimentos decidiram suspender as visitas por precaução. Agora, com regras mais flexíveis e com o retorno gradual de outras atividades da economia, esse tipo de turismo deve se consolidar como tendência para atrair um novo perfil de turista.
“A expectativa é de que as pessoas passem a procurar por destinos mais curtos, de 50km a 300km, que possam ser realizados por famílias em carros particulares. Destinos rurais, conectados com a natureza, isso deve movimentar o turismo de agora em diante”, aposta Fernando Mesquita, presidente do RuralTur.
Foi justamente a possibilidade de viajar sem precisar pegar um avião que levou a jornalista Catarina Chaves, 21 anos, a se hospedar em Alto Paraíso (GO) e conhecer a Chapada dos Veadeiros no fim de outubro.
Agora, ela diz que vai procurar por passeios similares. “Escolhi esse destino pelo fato de ser ao ar livre, poder fazer uma caminhada sem muvuca, sem aglomeração. Eram pontos turísticos vazios. Não estava cheio, não estava lotado. O fato de ser ao ar livre foi, realmente, um determinante na hora de decidir para onde ir”, conta.
Preocupada com os riscos de exposição em lugares com outras pessoas, a autônoma Socorro Rodrigues, 52, alugou uma chácara, em Anápolis (GO), para passar um fim de semana com a família e amigos próximos. “Fomos eu, meu marido e meu filho para uma chácara com pesque e pague. É menos perigoso e menos preocupante porque é aberto, ao ar livre. Pretendemos fazer outras viagens desse jeito. Acho que é melhor assim”, avalia Socorro.
Os estabelecimentos do setor estão otimistas. A rede de hotéis Tauá, por exemplo, investiu R$ 170 milhões no seu primeiro empreendimento no Centro-Oeste: o Tauá Resort Alexânia, a cerca de 50 minutos de Brasília. Inaugurada no fim de outubro, a unidade tem 212 apartamentos e 16 espaços para eventos.
“A gente via uma carência de resorts próximos a capitais. Aqui, tem uma população muito grande, uma renda per capita muito grande, tem um turismo rural bacana, e não tinha um resort. Foi um desafio terminar essa unidade em plena pandemia. Estamos com 50% dela funcionando, com todas as medidas de segurança necessárias para evitar a transmissão do vírus. Nossa previsão é de inaugurar a outra metade em 2022. Esperamos que até lá já exista uma vacina”, adianta Lizete Ribeiro, diretora de comercial e marketing do Grupo Tauá de Hotéis.
Arnaldo Pinheiro, dono do Rancho Canabrava, que oferece opções de turismo rural e de aventura, próximo a Sobradinho, relata que o movimento tem superado as expectativas. “Estamos funcionando com 50% da nossa capacidade, mas a procura está muito boa. Esperamos crescimento após a normalização, pois muitas pessoas que não tinham contato com o turismo rural, agora, passaram a ter e vão influenciar outras a terem o mesmo tipo de hábito. Vai ser bom para o setor”, comemora.
Além da redução da capacidade, as medidas preventivas adotadas pelos estabelecimentos incluem uso de máscara em todos os locais, uso de cloro nas piscinas, ampliação dos horários das refeições para evitar aglomeração e pontos com álcool em gel em áreas externas e internas.
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