OBITUÁRIO

Morre, aos 61 anos, Peter Cristopher Midikiff, ativista ambiental em Alto Paraíso

O americano morreu por volta das 5h da última quarta-feira (28/10) , por conta de complicações da doença de Alzheimer

A luta ambiental de Alto Paraíso de Goiás perdeu um dos membros mais engajados do movimento, Peter Cristopher Midikiff. O americano faleceu aos 61 anos, por volta das 5h da última quarta-feira (28/10), em um hospital do município, por conta de complicações da doença de Alzheimer.

Peter Cristopher era filho de diplomatas e chegou ao Brasil para morar com a família em Salvador (BA). No estado nordestino, passou parte da infância e da adolescência, e pôde se apaixonar pelo país da América Latina. Há mais de 30 anos, fez da Chapada dos Veadeiros um lar, tornando-se um membro querido na comunidade e uma peça-chave para a criação do Conselho Municipal em Defesa do Meio Ambiente (Comdema) de Alto Paraíso.

O americano chegou a ser secretário de Meio Ambiente do município, lutou nas causas ambientais da Chapada e agiu contra a mineração na Gruta da Igrejinha, na Bacia do Tocantizinho. Por conta da trajetória, o ambientalista recebeu o título de Cidadão Honorário de Alto Paraíso de Goiás, em 2005. Mantinha, em casa, um acervo da história ambiental da região da Chapada, mas o material foi roubado anos atrás, quando Peter passou a ter sintomas do Alzheimer.

Para o jornalista e amigo do ambientalista Augusto Queiroz, 64, Alto Paraíso de Goiás enfrenta uma perda imensurável. “O Peter era uma pessoa muito querida por todos, por ser amoroso, criativo e engajado na luta ambientalista. Filho de diplomatas, poderia ter tido uma carreira promissora no exterior, mas abriu mão de tudo para se instalar na Chapada e viver em prol do movimento ambiental”, relata.

“Em nossos primeiros encontros, já em 2014, lembro-me que Peter vendia um livro dele, um guia de construção de casas com o uso de elementos da região. O material era todo ilustrado, mostrando como fazer cada espaço da residência. Desse modo, também tinha conhecimento na área de bioconstrução e vivia, de fato, de forma alternativa”, acrescenta.