Mais uma ala do Complexo Penitenciário da Papuda deve ser interditada após três tentativas de fuga durante o último fim de semana. A decisão é da juíza da Vara de Execuções Penais, Leila Cury, atendendo pedido da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seape).
No domingo (25/10), detentos tentaram escapar por meio de uma perfuração no teto. As tentativas ocorrem duas semanas após 17 presos fugirem da Papuda, a maior fuga do Distrito Federal em 10 anos.
A ala D do Bloco 1 do Centro de Detenção Provisória (CDP 1) deverá ser interditada "para que a administração penitenciária providencie os devidos reparos e com a devida urgência, sobretudo para evitar a ocorrência de tentativas de fuga", afirma a magistrada na decisão.
Com o bloqueio do local, 107 detentos serão transferidos para o Bloco 1 da Ala B. Além disso, a juíza estabelece um prazo de 30 dias para que a Seape apresente um plano de obras para a manutenção da ala interditada, indicando ajustes a serem realizados, material utilizado, mão de obra e cronograma de entrega.
Ao acatar o pedido, a magistrada afirma que a divulgação das condições estruturais do local pode ter ajudado presos nas tentativas de fuga, uma vez que eles têm acesso a aparelhos televisores devido a regalias previstas na Lei de Execução Penal.
"Os episódios dos últimos dias indicam que o vazamento de fotos, vídeos e informações da estrutura do presídio, muito provavelmente colaboraram para os lamentáveis episódios do último fim de semana", avalia Cury.
Por fim, a juíza solicita, ainda, instauração imediata de inquérito disciplinar para apuração dos fatos com oitiva dos presos "com a urgência que o caso requer".
Relembre
Em 14 de outubro, 17 presos fugiram do Complexo Penitenciário da Papuda durante a madrugada. De acordo com a Secretaria da Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape), o grupo saiu pelo teto da Ala C do Bloco 1.
Os internos teriam cavado, durante quatro dias, um buraco no telhado com o auxílio de uma espécie de faca artesanal produzida pelo grupo. Até o momento, 13 presos foram recapturados pelas forças de segurança; quatro permanecem foragidos.
Na ocasião, a juiza interditou a Ala C, do Bloco 1. Oito meses antes, também devido à fuga de três detentos, a ala A do mesmo bloco foi interditada para reparos.