Tiroteiro

Polícia busca por suspeitos de matar cabeleireiro famoso em Ceilândia 

João de Deus foi morto na madrugada de domingo, no P Sul. De acordo com delegado, o caso pode ter relação com outras investigações da Polícia Civil

Investigadores da 23° Delegacia de Polícia (P Sul) identificaram os suspeitos de matar o cabeleireiro João de Deus, de 55 anos, mais conhecido como "João do Bracinho", e o sobrinho dele Ildemar Alves de Almeida, 52. O duplo homicídio aconteceu na madrugada deste domingo (25/10), na QNP 36, próximo a um mercado da região.

Segundo detalhou o delegado-chefe da 23° DP, João Maciel, há informações de que o caso possa ter relação com outras investigações conduzidas pela respectiva unidade policial. "A informação que obtivemos foi de que esse autor estaria envolvido em outra ocorrência e que, na noite do crime, queria sair para dar tiros. Não sabemos, ainda, se a vítima e o acusado se conheciam", afirmou.

De acordo com o investigador, imagens das câmeras de segurança do local foram colhidas e oitivas estão sendo realizadas para elucidar o caso.

Na noite do crime, João e Idelmar saíram de casa para ir a um estabelecimento próximo à residência do cabeleireiro. De acordo com as investigações, suspeitos passaram em um Fox vermelho, atiraram na direção dos dois e, em seguida, fugiram do local.

Segundo o Corpo de Bombeiros, os dois foram atingidos na perna e levados para o Hospital Regional de Ceilândia (HRC), mas não resistiram aos ferimentos. A família só recebeu informações sobre o fato no domingo, depois de ir à delegacia.

João de Deus deixa cinco filhos e um neto, de 1 ano e 10 meses. O caso é investigado pela 23ª Delegacia de Polícia (P Sul).

Carreira

Jeice Marques, 26, sobrinha de João de Deus, disse, em entrevista ao Correio, no domingo, que a família está inconsolável. "É um momento bem difícil para todos nós, porque ele era muito querido. Pelos filhos, pelo netinho, pela mulher e, principalmente, pelos clientes. A história dele é de superação, e vai ficar marcada para sempre", lamentou a jovem.

Nascido em Minas Gerais, João mudou-se para Brasília ainda jovem, em busca de uma vida melhor. No DF, chegou a trabalhar como cobrador de ônibus e camelô, mas foi no mercado da beleza que se encontrou. Com mais de 30 cursos no currículo, o cabeleireiro ficou em terceiro lugar no Prêmio Aneethun, competição que reuniu mais de 230 profissionais da beleza. "A história dele é única. Era uma pessoa de superação, de incentivo à vida. Sua limitação não era desculpa para ele. Sempre foi muito alegre, um pai que amava a família", contou Jeice.