VIOLÊNCIA

Justiça do DF condena dois acusados de matar jovem em bloco de carnaval

Matheus Barbosa, 18 anos, morreu esfaqueado durante um evento, em fevereiro deste ano. Yhorran Brunner Rodrigues Dias e Maikon Soares Catuaba foram condenados a mais de 28 anos de prisão, por roubo seguido de morte

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) condenou Yhorran Brunner Rodrigues Dias e Maikon Soares Catuaba a mais de 28 anos de prisão por roubo seguido de morte. Os dois eram acusados de assassinar o jovem Matheus Barbosa, esfaqueado em um bloco de carnaval, em fevereiro

O juiz titular da 3ª Vara Criminal de Brasília considerou parcialmente procedente a denúncia apresentada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) contra os réus. O magistrado fixou as penas em 29 anos e 8 meses de prisão, para Yhorran, e em 28 anos e 4 meses de reclusão, para Maikon. Os dois cumprirão a pena em regime inicial fechado.

Além disso, Yhorran terá de pagar 77 dias-multa, no valor de 1/30 de salário-mínimo vigente à época do crime (R$ 1.045,00). Para Maikon, a penalidade foi de 66 dias-multa.

A defesa dos réus alegou que não há provas para sustentar as condenações. No entanto, o juiz que analisou o processo afirmou que há vídeos e depoimentos de testemunhas, bem como da própria vítima, que comprovam a autoria e a materialidade dos crimes.

"Ao contrário do que sustentam as defesas, há provas suficientes da autoria delitiva no tocante aos dois réus. Resta patenteado que (eles) faziam parte do grupo de, pelo menos, quatro pessoas que provocou pânico e diversas brigas naquela data. Além disso, foram reconhecidos individualmente por Rianne (testemunha), a qual esclareceu não ter dúvida sobre a atuação de ambos. Os reconhecimentos na delegacia foram confirmados por ocasião do depoimento judicial", afirmou o magistrado na decisão.


Relembre o caso

O barbeiro Matheus Barbosa, 18 anos, morreu esfaqueado diversas vezes, durante o bloco pré-carnavalesco Quem Chupou Vai Chupar Mais, em 8 de fevereiro. A festa ocorreu na área externa do Museu Nacional da República. Mais de um mês depois, a polícia identificou os suspeitos de cometer o assassinato. Câmeras próximas ao local do crime ajudaram na identificação dos autores.

Em 15 de setembro, o TJDFT determinou que o Governo do Distrito Federal (GDF) pagasse indenização de R$ 100 mil à família de Matheus. Parentes do jovem entraram com um processo na Justiça, por acreditarem que o evento, sem alvará e sem segurança, deveria ter sido impedido pelo Executivo local. Cerca de 100 mil pessoas compareceram à festa.

Para o advogado da família, a decisão "foi acertada, pois o Distrito Federal foi omisso por não ter impedido a realização de evento, mesmo sem alvará".