Um grande pai de família. Esse é o legado que o jornalista Alberto Mendonça Coura, 63 anos, deixou após seu falecimento na madrugada de ontem. Ele foi internado por covid-19 e, após 33 dias, venceu a doença, mas ficou com sequelas como insuficiência hepática e renal (causa da morte). Ao todo, foram 84 dias na unidade de terapia intensiva (UTI). “Sinto uma dor imensa. A amargura invade a minha alma. Sei que um deserto acaba de nascer em mim e que vou conviver com ele para sempre”, disse a esposa do comunicador, Vanda Célia Oliveira, nas redes sociais.
Beto, como foi carinhosamente apelidado por amigos e familiares, deixa uma bela família com saudades. Em homenagem nas redes sociais, sua filha Júlia Coura Santos ressalta o amor que o jornalista tinha pela família. “Meu coração está dilacerado, mas sei o quanto ele foi forte e tentou ficar. Meu pai lutou, resistiu, queria tanto viver. Ele queria ver os netos crescerem”, lamenta. “Ele surpreendeu toda a equipe médica diversas vezes, contrariou o prognóstico e foi um guerreiro”, ressalta.
No texto, a filha também agradeceu às mensagens de carinho e apoio. “Obrigada a todos os amigos e a todas as amigas que me confortaram durantes estes dias difíceis. Recebi mensagens diárias de tantas pessoas queridas. Ganhei abraços tão apertados que encheram minha alma de força para enfrentar a realidade dura que estava vivendo”, diz. “Encontrei pessoas de luz neste caminho de escuridão”, completa.
Jornalista de primeira, Alberto trabalhou no Correio Braziliense, na Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), entre outros. Já aposentado, dedicou mais tempo à família. “Beto sempre foi uma pessoa muito família e muito amiga. Ele sempre foi muito companheiro da Vanda, da filha, foi muito ligado aos netos. Sempre foi uma pessoa de bem com a vida, que estava pronta pra ajudar e tinha aquele abraço gostoso, aquele sorriso doce”, ressalta a médica Manoela Magalhães, amiga há 30 anos da família.
Para a médica, o legado do jornalista vai além da profissão. “Além de ter sido um profissional excelente, o maior legado que fica é o Beto pai, marido, avô e amigo. Essa é uma lembrança que as pessoas sempre vão ter dele”, acredita Manoela. “O que fica é o amor que sempre demonstrou pela família e amigos”, completa. Amigos e familiares reuniram-se para se despedir de Beto na tarde de ontem, no cemitério Campo da Esperança, da Asa Sul.
*Estagiária sob a supervisão de Adson Boaventura