Com a liberação do uso de parquinhos infantis pelo Decreto Nº 41.214, publicado no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF), em 22 de setembro, pais e responsáveis estão preocupados com a manutenção e limpeza desses locais. Diversos playgrounds espalhados pelo DF não passam por reparos desde antes da pandemia.
É o caso de um espaço de lazer localizado na QNN 24/26 na Ceilândia Sul. De acordo com a publicitária Caroline Souza, 24 anos, o lugar não vê uma manutenção há pelo menos três anos. “O parquinho está acabado. O balanço tem um remendo feito, provavelmente, por um responsável de uma criança. O escorregador está todo enferrujado e a gangorra, quebrada”, relata a moradora de Ceilândia. Ela conta que a última revisão ocorreu quando instalaram a academia pública próxima ao playground. Para a publicitária, o local deveria ser cercado a fim de proporcionar mais segurança aos pequenos.
A situação se repete na Asa Norte, na quadra 116. “Existem dois parquinhos aqui. O mais próximo ao meu bloco não tem nenhuma manutenção, e quem cuida do outro são alguns moradores da quadra”, afirma Karine Gonzaga, 31, mãe de Théo, 3. A empreendedora costuma levar o filho ao playground da 315 Norte que, segundo ela, está preservado. “Na verdade, eu queria poder usar o parquinho perto do meu prédio, mas isso é impossível”, desabafa.
O playground em bom estado de conservação da quadra é obra dos moradores dos blocos D, E, K e I. Eles se organizaram e reformaram o lugar, mas o parquinho encontra-se fechado pois não há quem faça a desinfecção dos brinquedos e bancos. No Lago Sul, há um playground completamente abandonado em meio ao comércio da QI 13. O local conta com balanços, gangorras, gira-gira, escorregador e barras de escalada impróprias para uso. Além disso, o mato tomou conta do solo.
Responsabilidade
Segundo Rodrigo Perego, especialista em direito imobiliário e condominial, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) estabelece diretrizes rígidas acerca da manutenção de playgrounds. “O responsável pelas áreas públicas é o Governo do Distrito Federal (GDF), que tem o dever de fazer as manutenções periódicas à luz das orientações da ABNT. Em caso de acidentes, a pessoa lesada pode ajuizar uma ação de reparação de danos”, explica o advogado.
Em nota, a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) informou que, “nas próximas semanas, será publicada licitação do DODF para reforma e reparos de parques infantis em todo o Distrito Federal”. A Administração Regional do Plano Piloto declara que “realizou, em julho, vistoria nos mais de 200 parquinhos existentes no Plano Piloto, com levantamentos das condições de uso destes equipamentos de recreação infantil”.
Em nota, a Administração do Lago Sul diz que realizou, recentemente, o levantamento das necessidades de reparos em equipamentos esportivos e parquinhos infantis. O relatório foi encaminhado à Novacap e à Secretaria de Esportes. A administração acrescentou que “no caso específico do parquinho localizado na QI 13, o mesmo está em processo de revitalização, uma vez que estão sendo adquiridos areia branca para colocação no aludido equipamento e, ainda, verniz para aplicação nos pergolados. A limpeza é realizada diariamente, não só neste, como em todos os outros equipamentos públicos esportivos da região”. A Administração de Ceilândia limitou-se a informar que o órgão responsável pelos playgrounds da cidade é a Novacap.
Riscos e cuidados
Além de prestar atenção na manutenção dos playgrounds, é necessário ter algumas precauções para evitar o contágio da covid-19 nesses ambientes. A infectologista do Hospital Águas Claras Ana Helena Germoglio esclarece que “o risco de contrair o vírus em ambiente aberto é pequeno, mas não podemos minimizá-lo ou dizer que ele não existe”. Segundo ela, para ocorrer a transmissão do coronavírus, uma pessoa precisa ter um contato próximo de 15 a 20 minutos, em média, com outra infectada.
Para frequentar esses lugares, a infectologista recomenda ir em horários com menor fluxo de pessoas, compartilhar o ambiente apenas com membros da mesma residência. "É importante que as crianças acima de dois anos, que não tenham nenhum problema de autonomia, permaneçam todo o tempo de máscara, assim como os adultos. Sobretudo, evitar ao máximo aglomerações", pontua Ana Helena.
*Estagiária sob a supervisão de Adson Boaventura
Previna-se
- Ir em horários com menor fluxo de pessoas
- Compartilhar o ambiente apenas com membros da mesma residência
- Utilizar máscaras durante o tempo que permanecer no parquinho
- Evitar ao máximo aglomerações