Dia das Crianças

Pacientes do HCB celebram o dia das crianças com realidade virtual

Com óculos de realidade virtual, os pacientes andam de montanha russa, saltam de paraquedas e participam de um safari sem interromper os tratamentos de saúde

A pandemia de covid-19 não impediu as comemorações do dia das crianças no Hospital da Criança de Brasília (HCB). Nesta quarta-feira (14/10), os pacientes internados na unidade puderam realizar passeios sem interromper os tratamentos de saúde. Por meio de seis óculos de realidade virtual, as crianças puderam visitar um safari, pular de paraquedas e andar de montanha russa. A programação conta com apoio do projeto Alegria Virtual, que se encerra nesta quinta-feira (15/10).

As crianças puderam optar entre andar de montanha russa, passear por um safari ou pular de paraquedas. Os vídeos selecionados têm até três minutos de duração e podem entreter as crianças. É o que confirma Grazielle Vieira, 9 anos. Ela está em tratamento no hospital há seis meses e, devido à pandemia, não pôde frequentar as áreas comuns de lazer da unidade. 

Ao receber o óculos de realidade virtual, a menina logo abriu um sorriso. A todo momento era possível ouvir expressões como "uau" seguidas de risadas.

"É muito bom para animá-la e ela gosta dessas coisas mais tecnológicas e divertidas", garante o pai, Enivaldo Novaes, 36. Morador do Itapoã, Enivaldo acompanha o tratamento da filha desde o início e se mostrou empolgado com o projeto. Ao final da visita, Grazielle afirmou que gostou muito da nova tecnologia. "Quero um desse para mim papai", declarou.

Precaução 

Como a instituição dispunha de apenas seis óculos, a fim de atender a todas as crianças, uma equipe do Serviço de Controle de Infecções do Hospital ficou responsável pela higienização e desinfecção de cada material após o uso. Os óculos eram limpos com álcool 70% logo após o uso de cada paciente. 

Lucas Araújo, 15, está há um mês internado na unidade e gostou da interação com a tecnologia. "É bom para descontrair e até ter contato com outras pessoas, coisa que, neste período de pandemia, não temos muito", disse. Samara Araújo, 35, mãe de Lucas, estava acompanhando o filho e ficou feliz de vê-lo sorrindo. "Geralmente, em hospitais só vemos tristeza. É bom ter momentos de alegria também", afirmou. 

Moradores de Taguatinga, Samara contou que conseguiu relaxar um pouco com a atividade. "O Lucas vai iniciar um procedimento daqui a pouco. Este momento de brincadeira foi ótimo para que, tanto eu quanto ele, conseguíssemos nos acalmar", explicou. 

Outra paciente que conseguiu desfrutar dos passeios foi Andressa de Souza, 7 anos. A menina optou por realizar um safari. "Nem fiquei com medo, faria de novo", disse, sorridente. Além do passeio, a menina aproveitou a oportunidade para conversar e brincar com a equipe. Simpática, ela se despediu de todos ao final. "Tchau, gente, obrigada", exclamou.  

O projeto 

O projeto Alegria Virtual é realizado pela agência de comunicação Casa Mais, especializada em realidade virtual. “A gente percebe que, com os óculos, você sente realmente que está em outro lugar; já encontramos vários estudos que dizem que isso ajuda a amenizar a ansiedade. Ver a alegria no rosto das pessoas é uma das coisas no mundo que o dinheiro não paga”, afirmou o diretor da agência, Fábio Costa. 

Camila Telatin, enfermeira de rotina da unidade, explicou que a descontração auxilia os pacientes a responderem melhor aos tratamentos. "Antes da pandemia, o hospital era muito movimentado, as crianças podiam brincar e interagir entre si. Agora, com as restrições, é importante ter atividade para as crianças, mesmo que seja algo pontual", disse. 

Além disso, a enfermeira considera que os pais e acompanhantes se beneficiam com a brincadeira. "É possível perceber que, quando as crianças estão felizes, os pais e responsáveis também abrem um sorriso. E isso é gratificante", concluiu Camila.

A partir desta primeira experiência, o hospital estudará formas de ampliar o uso dos equipamentos para outras atividades da unidade, que vai receber a doação de outros quatro óculos trazidos pelo projeto, sendo que dois deles têm tamanho adequado para crianças de até cinco anos de idade.