As duas mulheres suspeitas de sequestrar um menino de 3 anos, em Ceilândia na segunda-feira (5/10), afirmaram à família da criança que o levariam para passear na Disney. Ele foi resgatado pela Polícia Militar do Distrito Federal na noite desta terça-feira (6/10), após as suspeitas entrarem em contato com o padrasto da criança, por telefone.
A mãe do garoto, de 21, afirmou ao Correio que a criança está abatida e relata ter sido agredida fisicamente. "Ontem eu senti ele oprimido porque ele me abraçou na hora que ele me viu, não queria me soltar, grudou no meu pescoço na delegacia. Ele estava bastante calado, mas fui tentando conversar com ele. Ele falou que não queria voltar para a casa da mulher; que ela tinha batido nele, pegou a minha mão e colocou na cara dele", conta a comerciante.
A mãe conta que soube do sequestro por seu irmão, que enviou uma mensagem momentos depois das mulheres levarem a criança. Desde então, ela ficou sem comer nem dormir, preocupada com o filho. "O tanto que eu chorei porque nesse momento só passa coisa ruim na cabeça de uma mãe", afirma.
De acordo com o delegado da Delegacia de Repressão a Sequestros da Polícia Civil do Distrito Federal, Leandro Ritt, a intenção das duas mulheres era criar o menino. O casal teria conhecido a avó da criança em um sinal, vendendo balinhas. Elas começaram a conversar e relataram o desejo de adotar uma criança. A idosa, que tem problemas mentais, teria dado o endereço da casa.
"Foram na casa e, lá na casa, estava uma tia e, no final, levaram a criança sem o conhecimento da mãe, que estava trabalhando, sem deixar nenhum contato. A criança não queria ir, ela chorava dizendo que não ia, mesmo assim levaram. Era pra criar, dizem elas que a criança estava em situação de vulnerabilidade, que estavam fazendo caridade, mas sem a mãe saber", relata o delegado.
As duas mulheres foram autuadas em flagrante e passaram a noite na carceragem. A audiência de custódia foi no início da tarde desta quarta-feira (7/10) e elas foram liberadas mediante as seguintes condições: uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento noturno e proibição de se aproximar da família da vítima.
Elas responderão, na Justiça, por subtração de criança ou adolescente para lar substituto cuja pena é reclusão de dois a seis anos e multa.