Morreu, ontem, o ex-deputado distrital Odilon Aires, 69 anos, em decorrência de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), doença degenerativa. O economista estava internado desde 28 de setembro na unidade de terapia intensiva (UTI) no Hospital Santa Lúcia.
Natural de Ponte Alta do Bom Jesus (TO), Odilon mudou-se para Brasília em 1975 e, desde então, começou a fazer carreira na capital federal. Graduado em economia, ele trabalhou como analista de finanças e controle do Ministério da Fazenda. Entrou para a Câmara Legislativa e foi suplente na primeira legislatura, quando substituiu o então deputado José Ornellas. Na Casa, ele foi eleito por mais três mandatos, de 1995 a 2006.
Dedicou a vida à política. Foi presidente regional do PMDB, hoje MDB, lutou pela autonomia política do DF e exerceu cargos no governo de Joaquim Roriz. Foi secretário de Assuntos Fundiários, administrador do Cruzeiro e um dos fundadores da Associação dos Moradores e Inquilinos do Cruzeiro. Por isso, sempre teve vínculo com a cidade. Uma de suas leis autoriza a colocação de grades nas casas do Cruzeiro Velho e cercamento de blocos do Cruzeiro Novo, Sobradinho, Taguatinga, Ceilândia, Gama, Planaltina, Samambaia e Guará.
Para o deputado federal Tadeu Filippelli, o ex-distrital é um símbolo da política em Brasília. “Ele fundou o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) e iniciou a vida política de Brasília antes do reconhecimento da capital como centro político”, descreveu Filippelli. “Foi a pessoa mais partidária que conheci, nunca se afastou do próprio partido e lutou constantemente pelo seu crescimento”, definiu o atual presidente do MDB-DF.
Doença
O ex-distrital foi diagnosticado com ELA no fim de 2014, quando começou a sentir dificuldades, como a de abotoar a camisa, conta o filho Gustavo Aires, atual administrador de Samambaia. “Na segunda-feira, ele passou mal, começou a sentir febre. Os médicos fizeram o possível”, disse. Após exames, a equipe médica constatou infecção generalizada e sangramento no cerebelo. A família já havia sido avisada e orientada pelos profissionais de saúde sobre o quadro gravíssimo do economista.
Para Gustavo Aires, o pai deixa a lembrança de uma pessoa esforçada e dedicada. “Desde pequeno, o via sempre trabalhando, sempre querendo fazer o bem ao próximo. Noites e noites ele se dedicava para estar à disposição das pessoas. Até hoje, tenho um quadro em que ele escreveu uma frase dizendo que venceria na vida e trabalharia em prol da comunidade”, finalizou.
O sepultamento de Odilon Aires ocorre hoje, no Cemitério Campo da Esperança da Asa Sul. O horário ainda não foi definido. Ele deixa a mulher, dois filhos e duas netas.