Investigadores da 4ª Delegacia de Polícia (Guará) prenderam, na noite desta terça-feira (27/10), dois homens acusados de estelionato. Segundo as investigações, um dos autores, identificado como Paulo Alexandre Amaral Raimundo, de 48 anos, se passava por funcionário de banco para atrair as pessoas e chegava a ir na casa das vítimas para recolher o cartão de crédito ou débito.
Os criminosos agiam em todo o Distrito Federal e escolhiam como vítimas pessoas idosas, como explicou o delegado-chefe da 4ª DP, Anderson Espíndola. "Ainda não sabemos como esses autores tinham a relação dos clientes dos bancos. Eles ligavam para as pessoas, dizendo que era da área de segurança e que, no cartão da vítima, havia sido detectado uma tentativa de fraude e, em seguida, falavam que o cartão seria bloqueado e que precisava confirmar alguns dados pessoais", detalhou.
De acordo com o investigador, até a ligação era parecida com o sistema bancário. "Eles chegavam a transferir para outra funcionária dar continuidade ao atendimento. A mulher confirmava novamente os dados, como endereço e até a senha do cartão. Ao final, ela ainda falava que, se o cliente tivesse dúvidas quanto à segurança do atendimento, poderia entrar em contato em um outro número repassado por eles", explicou.
Atuação
Em menos de 15 dias, os investigadores localizaram seis ocorrências envolvendo a atuação criminosa em diferentes cidades do DF, como Asas Sul e Norte, Lago Sul e Águas Claras. Em alguns casos, o estelionatário, na companhia de um motorista de transporte por aplicativo, ia até a residência das vítimas recolher o cartão, afirmando que o mesmo seria levado submetido à perícia para apurar a fraude.
Na noite desta terça-feira, policiais receberam uma denúncia anônima informando de que o estelionatário iria agir no Guará 2. A equipe, coordenada pelo delegado Guilherme Souza Melo, ficou de prontidão na porta da casa e, no momento da atuação, prendeu Paulo Alexandre em flagrante. O motorista de app que acompanhava o autor tentou fugir, mas também foi capturado.
Na delegacia, constatou-se que Paulo mora em São Paulo, mas vinha frequentemente ao DF para aplicar os golpes e se instalava em uma pousada na 708 Norte. Segundo o delegado, o criminoso estava em Brasília há, pelo menos, dois meses. "Constatamos que o motorista de app também fazia parte do esquema. Percebemos que havia algo estranho, porque, na hora do flagrante, ele fugiu, mas depois confessou que ficava de prontidão e observava para ver se, no momento do crime, não vinha polícia", disse o delegado.
No carro do motorista, a polícia apreendeu 10 máquinas de cartão. As investigações continuam no sentido de identificar outras vítimas e capturar mais criminosos que compõem o esquema. A polícia divulgou foto do suspeito para ajudar na identificação. Paulo utilizava um crachá de um banco, com o nome falso de Gabriel Alencar. "É bom ressaltarmos que banco nunca pede senha ou nunca busca qualquer cartão na casa do cliente", orientou o investigador. Quem tiver sido vítima do autor pode ligar para o número 197, da Polícia Civil, ou procurar a delegacia mais próxima.
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