A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) cumpriu, na manhã desta quarta-feira (21/10), cinco mandados de prisões preventivas, uma prisão temporária e 16 mandados de busca e apreensão para desarticular uma organização criminosa especializada em furtos de airbags de veículos de alto padrão no DF. Ao todo, foram 22 mandados judicias expedidos pela 4ª Vara Criminal de Brasília.
A organização criminosa praticava os crimes usando carros roubados clonados. Os membros do grupo estacionavam ao lado dos veículos escolhidos para serem furtados e, enquanto um dos ladrões ficava ao volante, o outro, pela janela traseira, quebrava o vidro do carro da vítima e entrava sem precisar abrir a porta. Depois, já do lado de dentro do veículo, eles retiravam as bolsas dos airbags e saíam pela janela. Os furtos eram praticados mesmo durante o dia e em estacionamentos movimentados. Além disso, os criminosos praticavam os furtos em diversas regiões do DF, evitando repetir os locais em espaços curtos de tempo.
De acordo com a Operação Último Suspiro, deflagrada pela Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri), os airbags eram destinados a lojas de revenda de autopeças localizadas no setor H Norte, em Taguatinga. Embora seja proibida a comercialização de airbags usados, inúmeras lojas ofereciam o produto. Enquanto na concessionária a troca desse item sai por R$ 10.000,00, no setor H Norte é possível encontrar o mesmo airbag por R$ 1.500,00 – R$ 2.000,00. Dois lojistas (maiores receptadores) foram presos preventivamente e outras 13 lojas sofreram buscas e apreensão.
A Polícia Civil ressalta que o órgão responsável pela fiscalização dessas lojas, pela legislação, é o Departamento de Trânsito (Detran)."Desde o ano passado, após a operação Rota da Seda que já havia revelado o absoluto descontrole do setor de revenda de autopeças, a PCDF tem buscado firmar um acordo de cooperação técnica, o que permitiria à Polícia Civil interditar as lojas ilegais. Todavia, o acordo ainda depende de manifestação do Detran", explica o documento.
Os investigados possuíam dezenas de passagens criminais por furtos em interior de veículo, alguns deles atuando nessa área há mais de uma década. Os envolvidos foram acusados de dezenas de furtos qualificados. Além disso, os criminosos responderão por organização criminosa, receptação, lavagem de dinheiro e adulteração de sinal identificador dos carros usados para o transporte dos airbags. A soma das penas pode ultrapassar 30 anos de prisão.
*Estagiária sob supervisão de Nahima Maciel
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.