No próximo domingo (18/10), a ONG Rodas da Paz prestará uma homenagem aos ciclistas Ricardo Aragão, Francisco de Sales e Maurício da Cruz, mortos no trânsito do Distrito Federal. Na ocasião, serão instaladas três “ghost bikes” próximo aos locais onde ocorreram os acidentes como uma lembrança e um sinal de alerta.
Para o coordenador-geral da Rodas da Paz, Raphael Dornelles, a “ghost bike” é uma recordação de que houve um atropelamento de ciclista no local. “Ali se perdeu a vida de um pai, um filho, um amigo ou uma mãe”, explica o instrutor de yoga. Além disso, a estrutura chumbada com cimento e brita também chama a atenção para a violência no trânsito.
De acordo com o ciclista, a educação é essencial para evitar acidentes nas ruas. “Falta educação no trânsito, desde as crianças aos cursos de revisão da carteira de motorista para todos respeitarem a vida do ciclista”, opina. Outros fatores apontados por ele são a infraestrutura e fiscalização insuficientes, além da preferência do carro nos cruzamentos entre a pista para automóveis e as ciclovias. “ A placa de ‘pare’ é para a bicicleta, isto desestimula o uso da bike, atrasa a viagem e faz o ciclista colocar a vida em risco em vias perigosas para conseguir chegar a tempo no destino”, afirma o coordenador-geral da Rodas da Paz.
Vítimas homenageadas
Ricardo Aragão, 58 anos, foi atropelado na noite deste último sábado (10/10), na quadra 704 da Asa Norte. De acordo com o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), ele entrou em parada cardiorrespiratória. A equipe médica tentou reanimá-lo, porém ele não resistiu e veio a óbito no local.
O ciclista Francisco de Sales morreu após ser atropelado na madrugada de 23 de setembro, na L4 Norte, próximo ao quartel do Corpo de Bombeiros Militares do Distrito Federal (CBMDF). O autor fugiu do local sem prestar socorro.
Maurício da Cruz, 43, vítima de um atropelamento por um ônibus em 20 de agosto de 2018, na altura da QL 6 do Lago Sul. Depois de ser derrubado, ele sofreu parada cardiorrespiratória e chegou a ser reanimado pelo Corpo de Bombeiros. O ciclista, encaminhado ainda com vida, ao Hospital de Base, não resistiu aos ferimentos.
Confira os horários e locais onde as ghost bikes serão instaladas:
8H: Colocação da Ghost Bike de Ricardo Aragão
Local: perto da SHIGN 704 bloco D. Saída da 704 Norte até Vila Planalto indo pela W5, eixo monumental e L4: 30 minutos - 8,7km
9H: Colocação da Ghost Bike de Francisco de Sales
Local: perto do Corpo de Bombeiros do início da L4 norte. Saída da Vila Planalto até Gilberto Salomão indo pela L4 e ciclovia do Lago Sul: 30 minutos - 9,8km
10H: Colocação da Ghost Bike de Maurício da Cruz
Local: perto do Posto Policial da SHIS QI 06 conj. 11.
Pesquisa
A Universidade de Brasília (UnB), em parceria com a Universidade de Valência, desenvolveu um estudo sobre os riscos de andar de bicicleta nas vias urbanas e sobre o comportamento do ciclista no trânsito. A partir do resultado da pesquisa, será possível indicar quais medidas devem ser tomadas por planejadores e interventores no trânsito para prevenir acidentes.
Para participar, o usuário precisa ser ciclista urbano e preencher o questionário de comportamento de pedalar de bicicleta, disponível no Google Formulários. A participação é voluntária e se dará por meio do preenchimento de uma série de perguntas, dividida em duas partes (Percepção de risco e Variáveis Sócio-demográficas). Não existe resposta certa ou errada; os pesquisadores têm interesse apenas em conhecer os comportamentos dos usuários de bicicleta.
*Estagiária sob supervisão de Nahima Maciel
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