A vacina da farmacêutica Johnson & Johnson, que está a caminho do Distrito Federal para testes, apresentou anticorpos em 98% dos participantes em estudos preliminares. Os resultados foram publicados na plataforma medRxiv, que analisou dados das fases 1 e 2 do ensaio e detalhou “altas taxas de resposta”, com “anticorpos neutralizantes detectáveis 29 dias após a vacinação”.
Essas conclusões permitiram ampliar os testes para a fase 3, que conta com um grupo maior de pessoas, dividido em diferentes subgrupos de idades, estados de saúde e regiões. A capital Federal foi uma das escolhidas para essa fase e deve receber as primeiras doses da vacina para testes na segunda quinzena de outubro.
“Talvez na segunda ou terceira semana de outubro devemos ter pacientes vacinados no DF. A vacina deve chegar a São Paulo, onde vão começar as aplicações, passar por uma avaliação e depois ser trazida para cá”, explicou Eduardo Freire Vasconcellos, coordenador da pesquisa no DF. Para ele, os principais indicadores de que o produto pode ser promissor são a utilização de métodos que foram eficazes para o combate de outras doenças e a ampliação de pessoas testadas.
“Temos vários subgrupos, com voluntários de diferentes características, para dar mais embasamento aos resultados. A proposta é de que esse seja um estudo multicêntrico em vários continentes diferentes”, diz. A vacina foi nomeada de Ad26.COV2.S. Ao todo, 800 moradores da capital e do Entorno devem ser vacinados com o produto, produzido pelo laboratório belga Janssen, braço da empresa Johnson & Johnson, e coordenado pelo L2iP Instituto de Pesquisas Clínicas.