HOMENAGEM

Obituário: pioneiro de Brasília, tinha o RJ e o futebol como paixões

Adelio Gomes da Fonseca morreu no sábado (26/9), aos 85 anos. Ele estava internado em um hospital particular da Asa Sul havia uma semana, após sofrer um acidente vascular cerebral

Carioca, apaixonado pelo Rio de Janeiro, pelo Botafogo e pelo futebol arte. Adelio Gomes da Fonseca, 85 anos, veio para Brasília em 1960, para trabalhar na Câmara dos Deputados. Morou até 1969 na capital federal e voltou para a cidade maravilhosa, devido à dificuldade de ficar longe do mar. Na cidade fluminense, pretendia passar até os últimos dias. No entanto, Adelio morreu neste sábado (26/9), em um hospital particular da Asa Sul, após complicações decorrentes de um acidente vascular cerebral.

Aposentado, Adelio estava no Distrito Federal desde 2017, quando deixou o Rio de Janeiro e viajou a Brasília para tratar um câncer. Mesmo recuperado, continuou na capital do país, morando em um apartamento da 111 Norte com a mulher, Norma Rossi, 83.

Há pouco mais de um mês, Adelio teve covid-19. Ficou internado e conseguiu deixar o hospital. No entanto, alguns dias depois, parou de andar. Os médicos associaram o quadro a uma possível sequela da doença. Na semana passada, teve o acidente vascular cerebral. "O lado direito dele ficou todo paralisado. Ele ficou internado, parou de falar. Foi tudo muito rápido, em uma semana. Depois, fechou os olhos e não reconhecia mais a gente", conta a filha mais velha, Adèle Rossi, 54.

A publicitária lembra-se do pai como uma figura alegre, brincalhona ou até um "menino grande". "Era um típico cariocão. Jogava muito futebol nas areias da praia de Copacabana, gostava de dançar, de camisas chamativas, de sair com os amigos e viajar", acrescenta Adèle.

 

Tatuagem

Mesmo com a saudade da terra natal, voltar para o Rio de Janeiro, nos fim dos anos 1960, não foi fácil. Adelio e Norma tinham três filhos em Brasília. Após o retorno para a cidade litorânea, Adelio trabalhou no Setor Rio da Câmara dos Deputados, na parte de orçamento. Contudo, com o fim do departamento, a família teve de viajar novamente para a capital federal.

Casado com Norma durante 57 anos, Adelio carregava na pele, em forma de tatuagem, uma homenagem à esposa. Com ela, teve cinco filhos: Adèle, Marcel, Alain, Adrienne e Louis. "Minha mãe está um pouco debilitada atualmente. Teve Alzheimer e ainda não sabe direito o que aconteceu com ele. A gente diz que ele saiu, que foi dar uma volta", lamenta Adèle.

Além de mulher e filhos, o carioca deixa oito netos e um bisneto. Adelio será velado neste domingo (27/9), na Capela 6 do Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul. A despedida ocorre das 16h às 18h. Nesta semana, o corpo dele será cremado, e as cinzas, jogadas ao mar, em Copacabana, onde a família morou.