Criticada pelos investigados
Mais uma vez, a procuradora Cláudia Fernanda de Oliveira Pereira, do Ministério Público de Contas do DF, é atacada por investigados. Mensagens captadas na Operação Falso Negativo indicam que alvos da denúncia dos promotores de Justiça do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) criticaram o trabalho da procuradora alegando perseguição. Cláudia Fernanda é sempre criticada por autoridades suspeitas de corrupção. Há 15 anos, ela teve o telefone grampeado e suas conversas pessoais foram divulgadas em CDs para deputados distritais e conselheiros do Tribunal de Contas. O foco da investigação era o esquema do ICS, que, posteriormente, mostrou-se um escândalo. Quatro anos depois, virou a Operação Caixa de Pandora, com a delação de Durval Barbosa. É um custo que a procuradora paga pelo trabalho. No pedido de prisão de dois investigados por fraude na compra de testes de covid-19, promotores ressaltaram: “Evidentemente, nenhuma outra postura poderia se esperar da respeitável 2ª Procuradoria do Ministério Público de Contas, onde a Dra. Cláudia Fernanda de Oliveira Pereira desempenha papel relevantíssimo em prol da sociedade do Distrito Federal na fiscalização das contas públicas”.
Histórias de Roriz
A morte do ex-governador Joaquim Roriz completa, hoje, dois anos. Há uma década, ele tentava disputar novamente as eleições para o governo do Distrito Federal e foi impedido pela Lei da Ficha Limpa. Em seu lugar, concorreu Dona Weslian Roriz, que chegou ao segundo turno, mas perdeu para o petista Agnelo Queiroz. Há 30 anos, a completar no próximo sábado, Roriz era escolhido governador do DF pelo voto, pela primeira vez na história de Brasília.
Cláudio Abrantes x João Cardoso
Está uma confusão em Sobradinho. A expectativa na cidade é de que o atual administrador regional, Coronel Marcos Nascimento, do Corpo de Bombeiros, indicado pelo líder do governo na Câmara Legislativa, Cláudio Abrantes (PDT), seja exonerado. Lideranças comunitárias da cidade reclamam da troca por motivos políticos. No lugar, deve ser nomeado um nome indicado pelo deputado João Cardoso (Avante).
Jogo de empurra
Já começou o jogo de empurra na Operação Falso Negativo. Réus da denúncia de fraude na compra de kits para testes de covid-19 estão responsabilizando o ex-secretário de Saúde Francisco Araújo Filho pelas decisões e supostas pressões.
Lista tríplice vai definir a disputa no MPDFT
Começam, amanhã, as inscrições para a disputa para a vaga de procurador ou procuradora-geral de Justiça do DF. A eleição da lista tríplice, que será encaminhada ao presidente Jair Bolsonaro ocorrerá em 22 de outubro. Na etapa política, algumas personalidades têm condições e interesse para influenciar no processo: o procurador-geral da República, Augusto Aras; o governador Ibaneis Rocha (MDB); o ex-deputado Alberto Fraga (DEM-DF) e a deputada Bia Kicis (PSL-DF). Mas, tudo depende da lista a ser escolhida pela própria classe. Um dos nomes que certamente estará entre os mais votados é o da atual chefe do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), Fabiana Costa.
Reajuste em dúvida
O procurador Lucas Furtado, do Ministério Público da União, questiona o reajuste aprovado na semana passada de 8% para policiais civis, militares e bombeiros do DF. O caso será avaliado pelo plenário do TCU.
So papo
“O estrago na minha imagem política foi feito. E, infelizmente, a Alerj, pressionada pelas redes sociais, está cometendo um grande erro, cuja história há de demonstrar”
Governador afastado do Rio, Wilson Witzel (PSC), que teve 69 votos favoráveis à abertura de processo de seu impeachment
“É muito triste que, mais uma vez, o RJ veja um governante suspeito de desvio de dinheiro público. Apoiado por Bolsonaro, Witzel chegou ao poder com a bandeira do combate à corrupção, mas, em plena pandemia, é suspeito de desvios na Saúde. O Rio não merece isso!”
Deputado Alessandro Molon (PSB-RJ)
Mandou bem
O governador Ibaneis Rocha (MDB) enviou à Câmara Legislativa projeto que estabelece isenção do ICMS sobre o medicamento mais caro do mundo, Zolgensma, destinado ao tratamento da Atrofia Muscular Espinal (AME).
Mandou mal
O Distrito Federal passou a registrar a maior taxa de mortes por coronavírus por 100 mil habitantes. De acordo com os dados do Ministério da Saúde, ultrapassamos o Rio de Janeiro. Uma marca triste para a capital do país.
À QUEIMA-ROUPA
Edson de Castro
Presidente do Sindicato do Comércio Varejista (Sindivarejista)
“Será o primeiro Natal em que todos, inclusive o Papai Noel, estarão de máscaras porque as vacinas só virão em 2021”
O comércio está se recuperando depois do período de maior crise por conta da pandemia?
A recuperação é gradual, porém, real. Em sete meses de covid-19, pelo menos 850 estabelecimentos comerciais e 1.400 salas comerciais fecharam no DF, causando a demissão de mais de 10.250 pessoas. Sem falar nos 20 mil informais que perderam emprego. No Setor Comercial Sul, há pelo menos cinco edifícios vazios.
Qual é a solução para melhorar as vendas e gerar mais empregos e renda?
A saída passa pelo retorno ao trabalho presencial de funcionários de repartições do GDF, Executivo, Legislativo e Judiciário, além de embaixadas, que estão em home office. Estima-se que sejam mais de 320 mil pessoas no DF. Se 30% voltarem ao trabalho, teremos mais fluxo e consumo em shoppings e em lojas de entrequadras. De março até agora, as vendas caíram 60%. Um recorde negativo. Irrecuperável.
Acredita que empregados em trabalho presencial vão frequentar mais o comércio sem medo de contágio pelo novo coronavírus?
O comércio continuará respeitando as regras sanitárias que valem para trabalhadores e consumidores. O uso de máscaras faz parte do dia a dia da cidade. É uma nova cultura.
Abrir demais não acaba criando o risco de uma segunda onda de contaminação como está acontecendo na Europa?
Deve-se zelar pelo cumprimento de medidas sanitárias eficazes para o funcionamento do comércio. Os abusos ocorrem em festas, piscinas e nas águas do Lago Paranoá, o que é lamentável. A pandemia não acabou. Há riscos iminentes.
Existe alguma estatística sobre contaminação no comércio?
Não há, mas existe, sim, consciência em relação ao que deve ser feito para evitar uma segunda onda. A covid-19 está estabilizada e em queda no DF e em muitos estados.
Quem fiscaliza as medidas de segurança?
É o DF Legal, que substitui a Agefis. Os próprios donos de lojas também zelam pela segurança sanitária.
Vemos muitas lojas novas. A pandemia também abriu oportunidades?
Algumas empresas novas foram abertas porque as anteriores fecharam e isso abriu novas oportunidades de negócios e trabalho.
Quem cresceu mais?
Supermercados, padarias e farmácias. Confecções e calçados vêm se recuperando. A preocupação é com os estoques para o dia da criança, 12 de outubro, e para o Natal. As fábricas demoram 60 dias para entregar os pedidos. A matéria-prima está em falta. Será o primeiro Natal em que todos, inclusive o Papai Noel, estarão de máscaras porque as vacinas só virão em 2021.