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Desde março, apenas 145 pessoas foram multadas por não usar máscara no DF

Diariamente, quatro equipes do DF Legal, acompanhadas pelas forças de segurança e demais órgãos de fiscalização, saem às ruas em três turnos para fiscalizar se as medidas de prevenção estão sendo respeitadas

Apesar dos mais de 180 mil infectados pelo novo coronavírus no Distrito Federal, ainda existem pessoas que se arriscam ao sair de casa sem usar máscaras de proteção facial. Segundo o DF Legal, entre 23 de março e o último dia 20, cerca de 80.344 mil pessoas foram abordadas por não usar máscaras nas vias públicas do DF. Mas, o número de multas é pequeno, 145 pessoas foram atuadas por se recusarem a usar a proteção.

Diariamente, quatro equipes do DF Legal, acompanhadas pelas forças de segurança e demais órgãos de fiscalização, saem às ruas em três turnos, das 8h da manhã às 3h da madrugada, para fiscalizar se as medidas de prevenção estão sendo respeitadas. Vale lembrar que a multa para quem não quer usar a máscara é de R$ 2 mil para pessoas físicas e de R$ 4 mil para pessoas jurídicas que descumprem as regras.

Para o médico infectologista José Davi Urbaéz, não há dúvidas de que o uso da máscara é uma das formas mais eficazes de se proteger do coronavírus. “Quanto menor o número de pessoas que usam máscaras, maior será a circulação do vírus. Esta proteção é um instrumento importante de controle da pandemia, pois não temos um isolamento social fortalecido, depois da liberação das atividades”, explica. “A pessoa que escolhe não usar máscara está atentando contra o direito de vida de outras pessoas. A saúde é um direito coletivo”, completa.

A advogada Regina Oliveira, 53 anos, não dispensa a proteção, principalmente em aglomerações. “Sair de casa, só com máscara e álcool 70% na bolsa. É uma segurança para mim e para as pessoas ao meu redor”, reforça. A cientista social Yasmin Amany, 25, escolheu usar as máscaras que possuem um filtro entre as duas camadas de tecido. “Eu uso daquele algodão bem mais grosso e, quando saio, troco de máscara em, no máximo, duas horas após o uso”, explica. “Sei que a máscara não é uma vacina, mas é uma barreira de proteção que pode salvar vidas. Não tem como a gente viver este momento sem máscaras”, acrescenta.

* Estagiária sob a supervisão de José Carlos Vieira

Cinco perguntas para


Joana Darc G. Silva, médica infectologista e professora de medicina do UniCeub

Qual a forma correta de usar a máscara?

De acordo com recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), a máscara deve cobrir a boca e o nariz a fim de minimizar os espaços entre o rosto e a máscara. Deve ser bem ajustada ao rosto para garantir uma boa vedação e evitar escape de ar pelas laterais, o objetivo é filtrar o ar. Uma máscara sem o devido ajuste no rosto não protege.

Mesmo usando máscara, devo manter o distanciamento social?

O uso de máscara não substitui o distanciamento. Nós nunca sabemos se a máscara do outro está em boas condições de uso ou se alguém irá tossir ou espirrar de forma intensa e abrupta. O distanciamento físico é uma das principais medidas de prevenção contra transmissão de doenças respiratórias.

Como devo higienizar minha máscara?

A higienização deve ser a recomendada pelo Ministério da Saúde para termos a garantia da segurança. Lembramos que água e sabão, água sanitária e calor (passar com ferro quente) fazem parte dos requisitos mínimos de limpeza. Se a máscara que você escolheu não pode passar pelo processo adequado de limpeza não use, escolha uma que garanta sua proteção.

Qual o melhor modelo de máscara de proteção?

O melhor modelo é aquele que se ajusta bem ao rosto, vedando adequadamente e tapando boca e nariz de forma confortável. Devemos ter cuidado com alguns modelos, pois o objetivo é garantir a segurança.

Quais cuidados devem ser adotados ao se alimentar fora de casa?

É muito simples, quando for comer, coloque a máscara em um guardanapo de forma protegida sobre a mesa, quando terminar, higienize as mãos e recoloque a máscara pegando pela lateral. Caso contrário, você pode se contaminar com a parte externa da máscara ou mesmo contaminar sua máscara com possíveis partículas e micro-organismos de superfície.

Ed Alves/CB/D.A Press - Em Ceilândia e outras cidades do DF é comum ver pessoas sem qualquer proteção contra a covid-19
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