PANDEMIA

Nova síndrome entre crianças e adolescentes pode estar relacionada à covid-19

Chamada Síndrome Inflamatória Mulssistêmica Pediátrica (SIM-P), ocorre de 0 aos 19 anos. DF tem 26 casos confirmados da doença. Conheça os sintomas

Uma nova síndrome que ocorre em crianças e adolescentes entre 0 e 19 anos, possivelmente associada à covid-19, tem chamado a atenção dos profissionais de saúde. A chamada Síndrome Inflamatória Mulssistêmica Pediátrica (SIM-P), com sintomas semelhantes aos observados na síndrome de Kawasaki, mas sem uma definição clínica completa, já acometeu 26 pessoas, segundo a Secretaria de Saúde do Distrito Federal.

Na capital, os primeiros casos começaram a ser notificados em julho. Até o momento, foram confirmados 26 casos na região, a maioria em crianças de 10 a 14 anos, com 10 casos, seguido da faixa etária dos 5 aos 9 anos, com oito confirmações. Foram contabilizados, ainda, sete notificações entre crianças de 0 a 4 anos e apenas uma entre jovens de 15 a 19 anos.

Sintomas

Após ser diagnosticada com o novo coronavírus ou ter tido contato com uma pessoa infectada, a criança ou adolescente manifesta uma resposta inflamatória sistêmica significativa, que pode vir a ser a SIM-P. Segundo a Secretaria de Saúde do DF, estes são alguns dos sintomas:

  • Febre alta persistente;
  • Manchas pelo corpo;
  • Pressão baixa;
  • Conjuntivite;
  • Sinais de inflamação no nariz, mãos ou pés;
  • Sintomas gastrointestinais agudos, como diarreia, vômito ou dor abdominal;
  • Comprometimento de múltiplos órgãos;
  • Alteração dos marcadores inflamatórios em exames clínicos.

O que diz a Sociedade Brasileira de Pediatria

A SBP diz que, até o momento, as evidências que relacionam o novo coronavírus à síndrome são inconclusivas, se tratando da faixa etária pediátrica.

Contudo, em pesquisas realizadas em outros países, como no Reino Unido, 90% das crianças diagnosticadas com a doença apresentam a covid-19 ativa, ou, ao menos, os anticorpos contra o vírus. “Sugerindo que esta síndrome inflamatória pode ser uma complicação tardia caracterizada por resposta imunológica desproporcional à infecção. Reforçando o conceito de que se trata de uma síndrome pós-infecciosa”, aponta, em nota, a sociedade.

“Crianças e adolescentes infectados, apesar de apresentarem preferencialmente formas assintomáticas, leves ou moderadas da doença, podem desenvolver manifestações clínicas exuberantes e graves”, ressalta.

Notificação obrigatória

Quando os primeiros casos da nova síndrome começaram a ser registrados no Brasil, foi emitida uma nota técnica, pela Subsecretaria de Vigilância em Saúde da Secretaria de Saúde do DF, para os hospitais públicos e particulares informando sobre a obrigatoriedade da notificação ao governo dos casos considerados suspeitos.

“Como uma das principais características da doença é a febre alta e persistente por três dias ou mais associada a outros sintomas, é comum que esses pacientes necessitem de internação”, explica a médica e responsável pela área técnica das Doenças Exantemáticas da Secretaria de Saúde, Marília Higino.

Após a comunicação, a criança ou o adolescente passa a ser acompanhado por uma equipe da vigilância epidemiológica.

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